Agência Estado: O primeiro carregamento brasileiro de soja importado pela Rússia saiu na semana passada do Porto de Itacoatiara, no Amazonas, a 211 km de Manaus, rumo a São Petersburgo. O navio MV Olimpic Melody transporta 24.425 toneladas do grão.
O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, declarou que as barreiras técnicas impostas pelo governo russo à importação do produto nacional foram resolvidas no último encontro com as autoridades daquele país, realizado em Berlim, capital da Alemanha, em janeiro.
- Os russos têm investido na produção de frango e suíno e precisam de insumos. Como o Brasil é um grande fornecedor, essa exportação tem tudo para se consolidar e crescer, explicou Kroetz.
O primeiro navio, transportando 24,4 mil toneladas de soja, saiu do porto de Itacoatiara, no Amazonas, rumo a São Petersburgo, na Rússia. Além desse, outro navio já está sendo carregado no mesmo porto.
O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) indica que o país deve produzir na safra 65 milhões de toneladas de soja, cerca de 8 milhões a mais que na safra 2008/2009. Do total produzido, aproximadamente 26 milhões de toneladas serão embarcadas para outros países.
Itacoatiara e Santos se destacam na Exportação da SOJA
O movimento de soja mato-grossense nos portos de exportação teve incremento de 23,69%em 2009, na comparação com o ano anterior. De acordo com levantamento divulgado em janeiro pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (APROSOJA), a saída de soja, via portos, no ano passado, atingiu 10,647 milhões de toneladas, contra 8,608 milhões em 2008.
O porto de Santos (SP), mais uma vez, respondeu pela maior concentração de cargas, com aumento de 46,97% no volume de exportações em 2009 (6,154 milhões de toneladas), ante as 4,187 milhões de toneladas do ano anterior. No ano passado, Santos foi responsável por 57,80% de toda a movimentação de soja de Mato Grosso nos portos exportadores.
O destaque do ano passado ficou com Paranaguá (PR) – apenas quarto colocado no ranking dos portos com maior volume de cargas transportadas – mas com o maior índice de crescimento. De 2008 para 2009, as cargas pelo porto aumentaram 72,73%, saltando de 548,897 mil toneladas para 948,144 mil toneladas.
Com 1,406 milhão de toneladas transportadas, o porto de Itacoatiara (AM), manteve a segunda posição no ranking, registrando crescimento de 8,40% em relação às 1,297 milhão de toneladas exportadas no ano anterior.
Outro porto que teve destaque em 2009 foi o de Vitória, no Espírito Santo. Mesmo com queda de 4,48%, o porto manteve o terceiro lugar entre os que mais receberam soja de Mato Grosso para exportação marítima. Dados da Aprosoja/MT apontam um montante de 983,938 mil toneladas, contra 1,030 milhão de toneladas em 2008.
O porto de Santarém, no Pará, aparece em quinto lugar, com 646,930 mil toneladas em 2009, recuo de 23,19% em relação às 842,195 mil toneladas transportadas no ano anterior.
Em seguida aparecem os portos de São Francisco (400,719 mil toneladas transportadas em 2009), São Luiz (95,181 mil toneladas) e, Cáceres, 11,948 mil toneladas.
Mas, o responsável pela exportação de quase toda a soja produzida pelo grupo André Maggi, em Mato Grosso, é o porto de Itacoatira, no Amazonas, que manteve seu bom desempenho em 2009, respondendo por 13,20% de todo o volume de cargas exportadas. Itacoatiara só perde para Santos (SP), que mantém a tradição de maior porto exportador da soja mato-grossense e maior em volume de cargas de todo o Brasil.
A soja exportada via porto de Itacoatiara está concentrada basicamente nas regiões oeste e noroeste do Estado, como Sapezal, Campos de Júlio, Campo Novo e Comodoro. A produção percorre cerca de 900 quilômetros por caminhão até Porto Velho (RO), de lá seguindo pela hidrovia do rio Madeira até Itacoatira (AM) ou Santarém, no Pará, e a partir daí avançando pelo rio Amazonas ao Atlântico com destino aos portos europeus.
“Com esta rota temos uma drástica redução nos preços do frete”, aponta o diretor administrativo da Aprosoja, Carlos Fávaro. Segundo ele, o ganho está na intermodalidade de transporte e na redução da distância até aos portos do Atlântico, já que para chegar a Santos as carretas percorrem 2,5 mil quilômetros, tomando-se por referência a região de Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá).
Para os analistas de mercado, a saída por Itacoatiara e Santarém possui vantagens comparativas em relação aos portos de Santos e Paranaguá. “Temos um custo logístico melhor, além de outras vantagens como o desembaraço alfandegário e a agilidade no embarque da soja”.
Fonte: Diário de Cuiabá
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