
Anunciando que em sua gestão não descansará "no combate intransigente à corrupção e à impunidade", Ophir Cavalcante convocou para o engajamento nessa luta não só os 700 mil advogados inscritos na OAB, mas todos os brasileiros honrados. "Precisamos por fim à impunidade e isso não pode ser apenas uma frase de efeito; precisamos dar conteúdo jurídico à indignação cívica do povo brasileiro, promovendo uma faxina moral nas instituições - elas são a instância civilizatória de uma sociedade; quando perdem a autoridade, põem em risco as conquistas históricas que fazem de um povo uma nação".
O novo presidente nacional da OAB disse que uma das suas missões à frente da entidade será contribuir para retirar o Brasil da 75ª posição do ranking das nações mais corruptas do planeta, conforme levantamento da ONG Transparência Internacional. Depois de destacar os avanços da democracia brasileira desde 1985 - com o fim de 21 asnos do regime militar - e a importância da alternância de poder, ele observou que o País precisa hoje "aprimorar as instituições, dotá-las de mecanismos que as tornem transparentes e decentes".

Em seu discurso, o presidente nacional da OAB exortou a sociedade brasileira a repudiar com veemência e não deixar impunes casos como o chamado Mensalão do DEM, escândalo envolvendo o governo do Distrito Federal. "Dinheiro em meias, em cuecas, em bolsas, oração para agradecer propina recebida - são anomalias inconcebíveis, que demonstram total subversão de valores por parte dos que deveriam dar o exemplo!". Para ele, mais inconcebível ainda é que os infratores continuam em seus cargos, e com a mais deslavada falta de vergonha.
Lembrando que este é um ano eleitoral, Ophir Cavalcante afirmou que "essa virada ética depende de nós: vamos exigir decência; vamos repudiar pelo voto aqueles que não têm vergonha na cara". Segundo ele, os poderes constituídos precisam assumir também suas responsabilidades nesse quadro. "E há várias ações simultâneas a serem implementadas, cujo objetivo único pode ser resumido naquela Constituição que Capistrano de Abreu, há mais de um século, sugeriu para o Brasil: artigo 1º - todo brasileiro deve ter vergonha na cara; artigo 2º - revogam-se as disposições em contrário".
Fonte: OAB
Nenhum comentário:
Postar um comentário