segunda-feira, 25 de junho de 2012

O DESAFIO DE OMAR AZIZ:
NO AMAZONAS, EDUARDO E AMAZONINO ESTICAM A CORDA

Ademir Ramos (*)
         As eleições 2012 para a Prefeitura de Manaus comparam-se a um caminhão descendo a ladeira. Pois, quanto mais acidentada for à estrada, maior é o tombo dos concorrentes em direção a Convenção e a legalização de suas coligações e alianças para garantir o status na disputa eleitoral, estando por hora com a corda esticada entre o Prefeito Amazonino Mendes (PDT) e o ex-governador Eduardo Braga (PMDB), que se declara parte dos interesses do grupo do atual governador Omar Aziz (PSD).

O jogo da situação começa pela disputa do controle da máquina do governo do Estado, como também da Prefeitura de Manaus, na perspectiva de “limpar a área” para as eleições 2014, visando o governo do Estado e o senado federal. Por estas razões, os “olheiros dos partidos” estarão monitorando no dia 30 (domingo), as Convenções do PDT e do PMDB para instruir a tomada de decisão quanto às candidaturas majoritárias, bem como o formato das coligações, podendo prolongar-se até a data limite do registro das candidaturas no Cartório Eleitoral, no dia 05 de julho, até às 19 horas, conforme a Lei determina.

O fato é que Eduardo e Amazonino estão na gangorra eleitoral. Se o primeiro for candidato, o Amazonino poderá indicar o vice de Arthur Neto (PSDB), costurando acordo para as eleições 2014, lembrando que o Arthur ainda reclama judicialmente o diploma de senador que, segundo ele, foi lhe surrupiado pelo Eduardo Braga em favor da Vanessa (PC do B). O apoio de Amazonino ao Arthur não poderá ser tão estranho quanto o aval que Gilberto Mestrinho lhe deu nas urnas. O que pesa contra o Arthur não é tanto o apoio do Amazonino, mas a sua vocação para o senado, podendo ou não deixar a Prefeitura para o seu vice no meio do mandato se assim for eleito.

Contudo, em se tratando da candidatura de Arthur Neto, a direção do PT nacional poderá intervir junto ao Amazonino, oferecendo “alguma facilidade” para descolar do PSDB e agregar o PT na condição de vice, criando as condições para as eleições do Amazonino ao governo do Estado. Esta articulação nacional poderá ser feita com o apoio do próprio Eduardo Braga, podendo até mesmo tirá-lo do páreo com promessa de algum ministério e outros apoios. O duro é Omar Aziz aceitar.

Com Eduardo Braga fora da disputa, o governador Omar Aziz poderá apoiar a Rebeca Garcia (PP), pavimentando a estrada para sua candidatura ao senado federal, isolando o Arthur de qualquer apoio institucional, sobretudo, da maquina da Prefeitura de Manaus. O Arthur, por sua vez já ameaçou, exigindo do governador Omar Aziz uma postura de magistrado nas próximas eleições.

A não candidatura de Eduardo Braga (PMDB) fortalece o governo de Omar Aziz (PSD), podendo ser reconhecido entre os seus pares, inclusive, nas fileiras do PMDB, se souber coordenar as eleições tanto na capital como também no interior do Estado, conduzindo esse processo em conjunto com os Deputados Estaduais, na perspectiva de assegurar as eleições de um número expressivo dos prefeitos do interior, catalisando os múltiplos interesses em disputa. Esse é o desafio que o governador Omar Aziz tem pela frente para se afirmar como liderança política no Estado. Ao contrário, estará fadado ao ostracismo.

E como na política não há espaço vazio, o Eduardo, Arthur Neto, Serafim Corrêa (PSB), Amazonino e o próprio PT poderão em 2014, de forma isolada ou não, se voltar para o governo do Estado com tanta força que poderão arrebatar das mãos de Omar Aziz (PSD), a direção política estadual. Resta-nos somente analisar com objetividade a vontade do nosso povo e conferir também a posição das lideranças em questão no tabuleiro da política quanto à sua aptidão e forma a começar pela disputa das eleições 2012, o que ficará mais claro a partir dos registros das candidaturas. Por enquanto, são conjecturas.          
            
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

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