domingo, 3 de junho de 2012

QUEM AMA CUIDA



CONTRA OS SAQUEADORES DA MANAUS QUE AMAMOS
Para compreender a cidade é necessário avaliar as políticas públicas de seus governantes e o compromisso de seus parlamentares. Mas, não basta somente, o mais importante é examinar o quanto o seu povo, sua gente, seus usuários a conhecem para amá-la e respeitá-la.
                     
                                         Ademir Ramos (*)
       A cidade é um corpo vivo que requer de seu governante respeito público e amor total. Manaus sofre há décadas as consequências de políticas que menosprezam tanto um como outro, sangrando, desta feita, a cidade e seu povo pela prática saqueadora instituída que gera exclusão social, extrema pobreza, corrupção e desmando. A cidade que deveria ser protegida dos males sociais passa a ser violentada pelos seus saqueadores que tomam de assalto o governo, expropriando o bem público para satisfazer a voracidade dos comparsas em confronto aos interesses populares e republicanos.
                       
Cidade é campo de felicidade quando amada por seus filhos cidadãos e respeitada pelos seus governantes. Contrário a estes valores, a nossa cidade transforma-se num covil de bandidos ladeados por corruptos a espalhar o medo, a insegurança e a indiferença. A questão posta recorre ao amplo debate entre o público e o privado, primando, sobretudo, pelo zelo, cuidado e respeito, para que a nação e seu povo desenvolvam-se de forma sustentável, manifestando coragem, determinação e pertencimento.

Esta marca da superação é um processo de reconhecimento da potencialidade de sua gente, sendo capaz de respirar força e vontade para participar do combate à corrupção dos Agentes Públicos, como também dos filhos desta terra que por vicio ou talvez por ignorância compactuem com esta trama, fragilizando o corpo vivo de nossa cidade tornando-a feia e desprezível.

Contudo, o mundo das pessoas não é uma circunferência é uma rede de ralação que se estende de forma envolvente, pertencente a uma determinada cultura locada num território, dando significado aos seus valores estéticos, paisagísticos, culturais e históricos, formadores das identidades sociais referenciado pela cidade como um corpo vivo que reclama tanto dos governantes como dos cidadãos usuários cuidado, zelo e respeito para que sejam instituídas políticas públicas que garantam condições necessárias para o desenvolvimento das pessoas com sentimento de afetividade, pertencimento, lembranças, saudade, a imprimir na pessoa e na sociedade organizada a defesa de sua cidade contra seus vilões.
  
Manaus é nossa morada, devendo ser amada e valorizada pela cartografia de sua forma específica ladeada pelas águas e florestas, marcada pela cultura de sua gente. Para compreender a cidade é necessário avaliar as políticas públicas de seus governantes e o compromisso de seus parlamentares. Mas, não basta somente, o mais importante é examinar o quanto o seu povo, sua gente, seus usuários a conhecem para amá-la e respeitá-la na perspectiva de garantir a qualidade mais de sua gente, contra a corrupção e a impunidade, promovendo a vida saudável da cidade como manifestação da cidadania participativa, que recorre aos instrumentos democráticos para garantir o prazer, a satisfação de se viver com dignidade e respeito na Manaus do presente, que amamos e desejamos construir para as futuras gerações.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.       

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