CONTRA OS SAQUEADORES DA MANAUS QUE AMAMOS
Para compreender a cidade é
necessário avaliar as políticas públicas de seus governantes e o compromisso de
seus parlamentares. Mas, não basta somente, o mais importante é examinar o
quanto o seu povo, sua gente, seus usuários a conhecem para amá-la e
respeitá-la.
Ademir Ramos (*)
A cidade
é um corpo vivo que requer de seu governante respeito público e amor total.
Manaus sofre há décadas as consequências de políticas que menosprezam tanto um
como outro, sangrando, desta feita, a cidade e seu povo pela prática saqueadora
instituída que gera exclusão social, extrema pobreza, corrupção e desmando. A
cidade que deveria ser protegida dos males sociais passa a ser violentada pelos
seus saqueadores que tomam de assalto o governo, expropriando o bem público
para satisfazer a voracidade dos comparsas em confronto aos interesses
populares e republicanos.
Cidade é campo de felicidade quando amada por
seus filhos cidadãos e respeitada pelos seus governantes. Contrário a estes valores,
a nossa cidade transforma-se num covil de bandidos ladeados por corruptos a
espalhar o medo, a insegurança e a indiferença. A questão posta recorre ao
amplo debate entre o público e o privado, primando, sobretudo, pelo zelo,
cuidado e respeito, para que a nação e seu povo desenvolvam-se de forma
sustentável, manifestando coragem, determinação e pertencimento.
Esta marca da superação é um processo de
reconhecimento da potencialidade de sua gente, sendo capaz de respirar força e
vontade para participar do combate à corrupção dos Agentes Públicos, como
também dos filhos desta terra que por vicio ou talvez por ignorância compactuem
com esta trama, fragilizando o corpo vivo de nossa cidade tornando-a feia e
desprezível.
Contudo, o mundo das pessoas não é uma circunferência
é uma rede de ralação que se estende de forma envolvente, pertencente a uma
determinada cultura locada num território, dando significado aos seus valores
estéticos, paisagísticos, culturais e históricos, formadores das identidades
sociais referenciado pela cidade como um corpo vivo que reclama tanto dos
governantes como dos cidadãos usuários cuidado, zelo e respeito para que sejam instituídas
políticas públicas que garantam condições necessárias para o desenvolvimento
das pessoas com sentimento de afetividade, pertencimento, lembranças, saudade,
a imprimir na pessoa e na sociedade organizada a defesa de sua cidade contra
seus vilões.
Manaus é nossa morada, devendo ser amada e
valorizada pela cartografia de sua forma específica ladeada pelas águas e
florestas, marcada pela cultura de sua gente. Para compreender a cidade é
necessário avaliar as políticas públicas de seus governantes e o compromisso de
seus parlamentares. Mas, não basta somente, o mais importante é examinar o
quanto o seu povo, sua gente, seus usuários a conhecem para amá-la e
respeitá-la na perspectiva de garantir a qualidade mais de sua gente, contra a
corrupção e a impunidade, promovendo a vida saudável da cidade como
manifestação da cidadania participativa, que recorre aos instrumentos democráticos
para garantir o prazer, a satisfação de se viver com dignidade e respeito na
Manaus do presente, que amamos e desejamos construir para as futuras gerações.
(*) É professor, antropólogo
e coordenador do NCPAM/UFAM.
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