quinta-feira, 21 de junho de 2012


QUE PAÍS É ESTE?

Ellza Souza (*)

               De uns tempos pra cá o país foi tomado por uma desqualificada leva de pessoas que são bons de propaganda, mas ruins de competência. Se observarmos atentamente podemos comprovar que no setor público ou privado, quase nada funciona. Pessoas qualificadas estão desempregadas e pessoas sem estudo, sem educação, sem preparo técnico estão “se dando muito bem obrigada”. Desde um simples atendimento numa loja, banco, operadora de celular até no pronto socorro, repartição pública, companhia aérea, as relações não funcionam mais a contento.  Parece que há uma cumplicidade, um companheirismo nos bastidores da sociedade que está arrastando a todos para um inevitável buraco bem fundo.

Não foi surpresa para os que fazem concurso com esforço, com sacrifício, com decência, as denúncias na mídia sobre os concursos públicos.  Pegaram os pilantras no flagra mas daí a punição tem um precipício enorme e todos sabem que não é de hoje que a coisa vem se desintegrando. Sentimos na pele essa coisa mau cheirosa da corrupção e da contravenção, em todas as áreas. E os caras cada vez mais vão tomando  conta porque um protege o outro e estamos conversados. Sinto uma pena enorme ao ver a desqualificada condição de vida de grande parte da população que votam errado, sabemos, mas que também contribuem para esse descalabro que estamos vivendo.

Sou de um tempo que os concursos eram vistos com seriedade e só passava quem estivesse preparado para exercer a função pretendida. Agora os caminhos são outros. Nada de méritos, nada de moralidade, nada de competência. Os políticos se gabam de não terem estudado mas “chegaram lá” e o resultado está aí no esfacelamento da nação. Isso terá um preço e não ficará impunemente para sempre. Vamos sofrer todos juntos, pobres e ricos, pois a criminalidade está à solta e a educação de qualidade, a saúde, a vida nas cidades e no interior, os transportes, a juventude está boiando em todos os sentidos.

E o pior é essa gabolice de que somos uma potência. Aonde? Só se for para as empreiteiras, para os desonestos, os falsários e contraventores. Sei que não somos tão burros assim e merecemos um país melhor.  Faculdade e escola particular tem aos montes e o adágio é “pagou passou”. E o nosso ensino público e a merenda escolar será que os pais fiscalizam isso? Dinheiro tem para bons serviços públicos mas a gestão é puramente política e de compadre pra compadre. O Brasil não merece tanta pilantragem. Não esperem melhorias vinda dos políticos. Eles estão muito bem arranjados. O povo se não começar a se coçar é que vai pagar todos os patos em pouco tempo. Abram o olho e pratiquem uma coisa chamada “controle social” que é a fiscalização ao uso correto das verbas públicas. Participem de bem intencionadas associações de bairro e busquem informações corretas para não virar de vez o patinho da história do Brasil.

(*) É escritora, jornalista e articulista do NCPAM.

Nenhum comentário: