terça-feira, 12 de maio de 2009

PERVERSÃO DA AÇÃO POLÍTICA

Manaus é hoje formada por uma teia de ilegalidade, omissão deliberada dos poderes públicos e submetida a uma burocracia vesga que se move apenas quando excitada pela concussão, peculato e desídia. Vejamos o caso da supressão de parte da meia-passagem aos estudantes da capital.

Márcio Souza*

Em muitos lugares os problemas sociais, ao gerarem conflitos, acabam sendo resolvidos com avanços para o povo. As greves brutalmente reprimidas por seguranças privadas, que grassaram nos Estados Unidos no começo do século 20, resultaram em avanços nas relações de trabalho, imprimindo maior clareza nas negociações do capital e do trabalho.

Ao longo da história recente há inúmeros exemplos de abanos sociais após conflitos entre trabalhadores e patrões, ou entre cidadãos e seus governos. Menos na América Latina, e muito menos em Manaus.

Aqui os problemas sociais são transformados em capital eleitoral e o povo é empurrado para a informalidade e para contravenção penal. A nossa infeliz capital é o exemplo mais contundente dessa perversão da ação política, que só faz nos distanciar cada vez dos princípios da democracia republicana.

Manaus é hoje formada por uma teia de ilegalidade, omissão deliberada dos poderes públicos e submetida a uma burocracia vesga que se move apenas quando excitada pela concussão, peculato e desídia. Vejamos o caso da supressão de parte da meia-passagem aos estudantes da capital.

Esta estúpida e cínica atitude da Câmara de Vereadores, não pode ser dissociada da rendição do poder municipal aos interesses escusos dos “empresários” do transporte coletivo. Em sessão secreta, a maioria dos vereadores aprovou legislação que agride os estudantes em favor dos empresários, sem levar em conta os verdadeiros interesses da coletividade. Desde a gestão passada que a cidade de Manaus é refém de um consórcio que cada vez mais se parece com a Cosa Nostra, em seu modus operandi, na facilidade de corromper políticos por dez tosões e oferecer o pior serviço de transporte coletivo do país.

Boa parte desses “empresários” já foi escorraçada de outras cidades. Levaram um ponta pé no traseiro das prefeituras do ABC paulista e ficaram com Manaus como último baluarte de suas práticas empresariais mafiosas. Foram esses empresários, que costuram posar de coitadinhos, mas não largam o osso, que receberam as benevolências dos nossos edis, em detrimento dos estudantes.

São políticos tão gulosos e imediatistas que nem fizeram seus cálculos para saber se estavam ou não lucrando com essa traição ao povo. Esqueceram que os estudantes votam, e têm família, que também vota.

Somando tudo, o capital político dos estudantes é maior que os dos empresários e eles podem fazer um estrago sério na vida pregressa desses vereadores. Mas lês preferiram o cinismo...Essa intimidade sórdida entre vereadores e empresários dos transportes urbanos é apenas um dos muitos problemas enfrentados pela cidadania.

Sem sair do campo dos transportes coletivos, setor de serviços que precisa funcionar bem numa economia em desenvolvimento, há a questão dos serviços clandestinos. Kombis lotação e motocicletas circulam impunemente pela cidade transportando passageiros.

Estão fora da lei, mas a prevaricação dos órgãos responsáveis justifica a transgressão em nome do problema social. Essa gente precisa trabalhar , eis a premissa para coonestar a bandalheira. E o problema social não se resolve e empurras-se o povo para o crime e para a contravenção. Tal qual se faz com os guardadores de carro, com os camelôs e toda essa fauna de lumpemproletariado que pulula nas imundas ruas da outrora orgulhosa capital do Amazonas.

O sono da administração municipal não parece ser perturbado por nada, nem pelas buzinadas dos táxis fazendo lotação e escarnecendo da lei. Assim caminha o nosso nirvana subdesenvolvido. Pois dá voto, como!

*Renomado escritor e dramaturgo amazonense, articulista de A Crítica, em Manaus.

2 comentários:

Anônimo disse...

Manaus está acordando...se libertando da Matrix e vendo a realidade e infelizmente tem gente q ainda critica as atitude dos rodoviários, mas eu aprovo! Nós usuários do transporte público q chegamos atrazados hoje em nossos destinos não somos vítimas da baderna de rodoviários e sim vítimas tanto quanto eles da falta de responsabilidade desses políticos corrúptos que comandam a nossa cidade....ditadores...q batem em professores(os Aziz)...negam o direito de estudantes de ir e vir....(Amazonino e Vereadores)....fomentam a violência pra ganhar dinheiro(os Souza)....e exploram a miséria humana em programas sensacionalistas de emissoras irresponsáveis.....e ainda por cima manipulam determinados meios de comunicacão, fazendo homenagens aos seus fundadores....ABAIXO À DITADURA!!!

Anônimo disse...

Quero parabenizar, através desta mensagem
A atitude de Samara Aziz, aluna do curso de Jornalismo da Ufam
Que no dia 11 de maio por volta das 17 hs provou e mostrou ser
Uma profunda conhecedora das causas humanas e ter conhecimento do processo histórico pelo qual passamos para conquistar a liberdade de expressão no Brasil, além da história da instituição da qual até então, desejamos que ela seja expulsa o quanto antes, fazia parte. Ao chamar dois animais mais conhecidos como Amim Aziz e Mansur Aziz e para espancar o professor Gilson Monteiro dentro da instituição após ter citado em aula casos abafados pela mídia na cidade de Manaus usando como um dos exemplos (Omar Aziz) conhecido pedófilo que conseguiu, a exemplo de outros políticos, impor sua inocência, não provar.
Podemos imaginar o tipo de jornalista que Samara Aziz seria, já que como estudante ela nos mostrou ser de uma profundidade intelectual inovadora refutando de forma inteligentíssima
o seu descontentamento com as palavras do professor Gilson, chamando a família para espanca- lo e ainda ameaçar quem quer que fosse que se metesse com a família Aziz (como os cães saíram latindo após a demonstração gratuita do que a família Aziz entende por respeito e dialogo) .
Para finalizar Samara Aziz, postou em sua pagina pessoal na rede social (Orkut) a seguinte frase: “Respeito é bom e mantém os dentes na boca”...provando mais uma vez ser uma grande intelectual, uma verdadeira filosofa pronta para a vida universitária e para a vida num contexto geral, vamos imaginar a verdadeira carnificina que seria o curso conforme a “revolucionária” , que costuma dormir dentro de sala de aula e muito contribui para os debates com o seu silêncio, fosse avançando...