quinta-feira, 22 de julho de 2010

ELEIÇÕES: NO AMAZONAS EM QUEM DEVEMOS VOTAR?

As eleições estão postas, os candidatos já foram referendados pelos seus partidos, a Justiça Eleitoral examina se os candidatos estão a cumprir as determinações legais e logo mais vão ao ar nos programas eleitorais. Mas, tudo isso é relativo quando o cidadão eleitor por força de lei deve exercer a sua cidadania, optando por um determinado candidato e despachando os demais por algum tempo para o balatal, purgando seus vícios políticos eleitoreiros.

Essa faculdade somente o eleitor pode exercer. No entanto, antes dele os partidos já fizeram isso, selecionando o que eles julgam de melhor para a garantia dos seus interesses sejam privados ou públicos. O eleitor, nesse caso, é apenas convidado a referendar ou não nas urnas os iluminados dos partidos, que muitas vezes fazem parte das constelações das oligarquias dominantes regionais.

Então, como se pode conferir, não é o eleitor que é o protagonista da Democracia, mas sim os partidos políticos. Nessa perspectiva, o cidadão participativo e consciente deve deslocar a sua força para o controle dos partidos, como bem fez, o Movimento pela Ficha Limpa, exigindo que os candidatos se apresentem ao eleitor com o selo da Justiça para ser julgado nas urnas pelo povo.

Contudo, são os partidos que operam o sistema e, por isso, pode-se afirmar categoricamente que não há Democracia sem Partido Político, o que deveria merecer do eleitor cidadão maior atenção e comprometimento quanto à sua formação, organização e gestão. Se tal comprometimento houvesse, o cidadão eleitor não seria apenas o coadjuvante do rito eleitoral, mas o ator principal agregado aos interesses republicanos.

O fato é que somos convocados a votar, optar, devendo comparecer as urnas. Então, o que e como fazer para cumprir com justiça o sagrado direito do voto. Para isso, o eleitor cidadão obedece alguns critérios de escolha, seguindo muitas vezes as aparências pessoais ou, quem sabe, em cumprimento a trajetória política do candidato.

Nessa circunstância, cada eleitor responde por seus atos, devendo também ser julgado pela sua opção, não devendo mais tarde, a classe média, que julgamos ser mais esclarecida, imputar aos excluídos socialmente a responsabilidade pela escolha equivocada do candidato fanfarrão, corrupto e maledicente quanto à economia popular.

O que dizer da classe média do Amazonas. Qual o seu perfil? Como definir o seu vínculo com o processo produtivo? Os atores dessa classe são os principais beneficiários do poder público? A classe média almeja mudança? Quais são suas prioridades?

A formulação dessas questões faz-se com objetivo de mensurar a opção política dessa classe, que de antemão sabemos que não é homogênea e nem tampouco afeita ao espírito republicano. Contudo, dela pode-se exigir muito mais, discutindo suas escolhas e colocando em questão não só o presente, mas, o futuro do nosso Amazonas.

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