sexta-feira, 28 de maio de 2010

O AMAZONAS NO RELATÓRIO DA ANISTIA INTERNACIONAL


A CRÍTICA de Manaus (28/05) - Urgente: A Anistia Internacional, organização não-governamental que denuncia violação contra direitos humanos em todo o mundo, incluiu em seu relatório anual, divulgado esta semana, as ameaças sofridas por três lideres comunitários do bairro Colônia Antonio Aleixo, em Manaus: padre Orlando Barbosa, o ex-presidente do Centro Social e Educacional do Lago do Aleixo (CSELA), Isaque Dantas, e o presidente da Sindicato dos Pescadores do bairro, Pedro Hamilton Prado.

Os três militantes foram os primeiros a se manifestar contra o projeto de construção do Porto das Lajes, ainda em 2008. Tanto na época em que ambos sofreram as ameaças mais violentas (agosto de 2009) quanto meses seguintes à transferência do padre de Manaus e a mudança de Isaque para outra cidade a empresa Lajes Logística, dona do projeto do Porto, sempre negou que tivesse participação nas ameaças.

O pesquisador sobre o Brasil da Anistia Internacional, Tim Cahill, disse que ao saber das ameaças contras os três líderes comunitários, a ONG (que tem por princípio investigar a veracidade da denúncia) comunicou a violação à Secretaria Especial de Direitos Humanos pedindo que eles fossem incluídos no Programa Nacional de Proteção de Direitos Huanos.

O pedido, segundo Cahill, não foi atendido. "Não houve ação nenhuma por parte do governo federal. A consequência foi que eles tiveram que sair de Manaus para se proteger", disse Tim Cahill, em entrevista por telefone, de Londres, Inglaterra, referindo-se ao padre Orlando Barbosa e Isaque Dantas. Prado, o sindicalista, continua morando em Manaus.

Para Cahill, projetos de grande impacto social e ambiental tem deixado as comunidades tradicionais mais vulneráveis e o Governo Federal não está fazendo seu papel de dialogar com as populações.

No relatório da Anistia Internacional, ONG que não possui escritório no Brasil, equivocadamente as ameaças de morte sofridas pelos líderes comunitários foram associadas a um projeto de Porto financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Cahill esclareceu que "houve um mal-entendido", mas que a Anistia Internacional continuava respaldando as denúncias contra violações de direitos humanos referente aos três lideres comunitários de Manaus.

ONG dará guarida aos moradores

O antropólogo Ademir Ramos, do Movimento S.O.S Encontro das Águas, que formulou a denuncia contra as ameaças aos líderes comunitários, diz que a ONG continuará acompanhando a situação e dará guarida aos moradores da Colônia Antonio Aleixo. "A Anistia se comprometeu em se manifestar novamente junto ao Governo Federal e também estadual", disse Ramos.

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