segunda-feira, 24 de maio de 2010

PARA O MUNDO VER E SABER O VALOR DO ENCONTRO DAS ÁGUAS


A V Caravana do Encontro das águas realizada em Manaus (AM), no dia 25 de maio, neste Ano Internacional da Biodiversidade, fundamenta-se nos ensinamentos do renomado professor Aziz Ab'Sáber, que define a nossa Amazônia como um conjunto de paisagens e ecologias da América do Sul setentrional.

O Brasil, por sua vez, possui a maior parcela territorial dentro da Amazônia panamericana, o que aumenta ainda mais a responsabilidade dos governantes quanto à proteção de seus recursos ambientais.

O Encontro das Águas é um desses fenômenos magníficos a se apresentar ao mundo, catalisando sentimento de espanto, admiração e identidade traduzidos em valores culturais, potencializando não só a história do povo do Amazonas, mas a sua própria sustentabilidade. O Encontro dos Rios Negro com o Solimões é extensivo conectando-se com outros tributários formadores do riquíssimo e majestoso Rio Amazonas.

A iniciativa do Movimento S.O.S Encontro das Águas é alertar os governantes brasileiros, assim como as empresas privadas quanto à responsabilidade social e ambiental referente ao Encontro das Águas e todo o manancial dessa bacia formadora deste fenômeno, promovendo pesquisas que possam inventariar este ícone, na perspectiva de garantir o Tombamento definitivo desse bem público enquanto Patrimônio da Humanidade e como Unidade de Conservação de Uso Sustentável sob controle das comunidades tradicionais, que há muito se beneficiam diretamente desse complexo ecossistema.

A V Caravana das Águas com a participação do poeta Thiago de Mello, pesquisadores, estudantes, políticos, líderes comunitários, extensionistas do PACE/UFAM, professores e ambientalistas do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) objetiva conhecer a biodiversidade que povoa esse ambiente para salvaguardá-la dos danos perpetrados pela empresa mineradora Vale do Rio Doce controladora da Log-In Logística Intermodal S/A., que insiste em construir o Terminal Portuário das Lajes, alterando o paisagismo da região, como também todo ritmo das formas de vida deste ecossistema, causando também dano à população tradicional que se beneficia diretamente desse patrimônio para sua subsistência, bem como ao imaginário representativo de nossa identidade cultural.

Releva-se ainda, a importância do conhecimento das liderenças comunitárias quanto à geografia, à cultura e o saber local sobre o Encontro das Águas, possibilitando aos pesquisadores compreender com objetividade a construção desse fenômeno que muito significa para a história e economia do Amazonas no campo da ciência. Por esta razão faz-se necessário esta interlocução direta com os comunitários para que se promova também um diálogo, visando à efetiva garantia do Tombamento desse bem público contra a construção do Porto das Lajes, com a participação e legitimidade das lideranças comunitárias titulares desse conhecimento tradicional.

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