domingo, 2 de maio de 2010

A PLASTICIDADE DO ENCONTRO DAS ÁGUAS

A beleza paisagística do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões é de valor inestimável não só para os amazonenses conscientes, mas aos homens e mulheres do planeta que amam a natureza em sua integridade relacional com os comunitários que vivem no entorno desse bem público. O registro fotográfico de Valter Calheiros nos permite viajar no imaginário mitológico e mergulhar nesse encontro para desvendar o quanto é complexo o nosso meio ambiente, exigindo das agências de pesquisas maior atenção e até mesmo prioridade na investigação desse fenômeno de valor cultural e econômico. A intervenção desqualificada do poder público tem provocado danos materiais e simbólico a esse bem. Saibam que além da adutora construída pelo governo que invadiu o rio Negro por mais de 500 metros, interferindo violentamente no paisagismo local, a empresa Log-In Intermodal controlada pela Vale do Rio Doce pretende também construir o Porto da Lajes nessas imediações, ferindo de morte o Encontro das Águas e o encantamento do seu povo que nele projeta suas representações identitárias. Para garantir a vida e as suas múltiplas formas, o Movimento S.O.S Encontro das Águas, amparado por Liminar da Justiça Federal do Amazonas, exige que o Ministro da Cultura obrigue o Instituto do Patrimônio Histório Artístico Nacional (IPHAN) a fazer o Tombamento desse bem público antes que seja consumado as ameaças que pairam sobre esse bem da humanidade sobre o usufruto dos manauaras. Em última instância recorre-se ao consagrado postulado do Direito In dubio pro reo. Isto é, quando o julgador estiver em dúvida deve ajuizar favoravelmente ao réu, com base no princípio da presunção de inocência. O Encontro das Águas reclama por esse direito em beneficios da vida, dos homens e do planeta.

Nenhum comentário: