Ellza Souza (*)
Esta é a semana do Milton Hatoum (Ratum ou atum, tanto faz segundo ele). Já li alguns de seus livros mas confesso que não conhecia nada de sua essência de escritor. Nem tenho a pretensão de conhecer agora, mas ontem ao assistir pela TVUFAM (viu como a TV pode transmitir algo que se aproveite?) um encontro entre o escritor e seus leitores nas dependências da Universidade Federal do Amazonas do qual senti muito não ter participado, fiquei feliz pelo banho de competência que deu. É merecida demais a homenagem a esse contador de histórias amazonense.
“Não gosto de pompa” ao se referir aos que buscam a todo custo entrar nas academias de letras para de alguma forma acariciar o ego. Já foi convidado pela Academia Brasileira de Letras e na certa também pela amazonense e recusou firmemente a esse tipo de convite. “Jamais sentaria vestido com aquele fardão ao lado de José Sarney para tomar um chá”. A tranquilidade com que Hatoum expõe suas convicções leva os leitores a uma admiração cada vez maior pelo seu trabalho. A sala do Caua (Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas) estava lotada. Gente de todas as idades, pessoas conhecidas do meio literário e da mídia. A maioria já leu um livro seu e o resto saiu do encontro com vontade de correr para a livraria e comprar o seu exemplar. As perguntas foram pertinentes e o escritor respondeu a todas com convicção e sinceridade.
Quando falou do seu desinteresse em participar de academias, burocracias e instituições vazias, vibrei de alegria (eta poesia!). Qualquer um, hoje, que copie e cole da internet e junte em páginas e capa pode ser um laureado acadêmico. E tem gente que acha que é o máximo da carreira de um escritor chegar a vestir uma casaca daquelas. Escritor de verdade que escreve sobre sua essência com autenticidade não precisa desses encontros formais para garantir o seu espaço no meio literário. Os leitores que são a parte mais importante para a carreira de Milton Hatoum e para qualquer escritor que se preze, entendem o que ele quer dizer e compram cada vez mais os seus livros.
Em relação a grupos, academias, associações, etc, sou mais o Clube da Madrugada que reuniu a nata dos intelectuais embaixo de um mulateiro na praça da Polícia e ali, sem fardões ou bordões, os jovens manauaras discutiram livremente as suas idéias. Quando os jovens da minha terra vão inventar um outro movimento desses, onde o que vale mesmo é a troca de informação, de saber, de histórias de vida.
Milton Hatoum estou muito orgulhosa de você por sua clareza de pensamento. Sei que ele não se importa com o glamour do seu ofício, com bajulação e já entendi que sua vida pessoal não interessa a ninguém. Eu da minha parte não sou fã de artista, seja lá quem for e muito menos vou atrás de autógrafo de quem aparece na televisão. Mas a partir de hoje passo a ser sua fã por toda a competência que existe em sua obra e em suas idéias. Não se preocupe que não vou correr atrás de você com papel e caneta na mão. Parabéns e que a cada dia mais pessoas leiam os seus preciosos livros.
(*) É jornalista e estudiosa da história da nossa cultura.
Esta é a semana do Milton Hatoum (Ratum ou atum, tanto faz segundo ele). Já li alguns de seus livros mas confesso que não conhecia nada de sua essência de escritor. Nem tenho a pretensão de conhecer agora, mas ontem ao assistir pela TVUFAM (viu como a TV pode transmitir algo que se aproveite?) um encontro entre o escritor e seus leitores nas dependências da Universidade Federal do Amazonas do qual senti muito não ter participado, fiquei feliz pelo banho de competência que deu. É merecida demais a homenagem a esse contador de histórias amazonense.
“Não gosto de pompa” ao se referir aos que buscam a todo custo entrar nas academias de letras para de alguma forma acariciar o ego. Já foi convidado pela Academia Brasileira de Letras e na certa também pela amazonense e recusou firmemente a esse tipo de convite. “Jamais sentaria vestido com aquele fardão ao lado de José Sarney para tomar um chá”. A tranquilidade com que Hatoum expõe suas convicções leva os leitores a uma admiração cada vez maior pelo seu trabalho. A sala do Caua (Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas) estava lotada. Gente de todas as idades, pessoas conhecidas do meio literário e da mídia. A maioria já leu um livro seu e o resto saiu do encontro com vontade de correr para a livraria e comprar o seu exemplar. As perguntas foram pertinentes e o escritor respondeu a todas com convicção e sinceridade.
Quando falou do seu desinteresse em participar de academias, burocracias e instituições vazias, vibrei de alegria (eta poesia!). Qualquer um, hoje, que copie e cole da internet e junte em páginas e capa pode ser um laureado acadêmico. E tem gente que acha que é o máximo da carreira de um escritor chegar a vestir uma casaca daquelas. Escritor de verdade que escreve sobre sua essência com autenticidade não precisa desses encontros formais para garantir o seu espaço no meio literário. Os leitores que são a parte mais importante para a carreira de Milton Hatoum e para qualquer escritor que se preze, entendem o que ele quer dizer e compram cada vez mais os seus livros.
Em relação a grupos, academias, associações, etc, sou mais o Clube da Madrugada que reuniu a nata dos intelectuais embaixo de um mulateiro na praça da Polícia e ali, sem fardões ou bordões, os jovens manauaras discutiram livremente as suas idéias. Quando os jovens da minha terra vão inventar um outro movimento desses, onde o que vale mesmo é a troca de informação, de saber, de histórias de vida.
Milton Hatoum estou muito orgulhosa de você por sua clareza de pensamento. Sei que ele não se importa com o glamour do seu ofício, com bajulação e já entendi que sua vida pessoal não interessa a ninguém. Eu da minha parte não sou fã de artista, seja lá quem for e muito menos vou atrás de autógrafo de quem aparece na televisão. Mas a partir de hoje passo a ser sua fã por toda a competência que existe em sua obra e em suas idéias. Não se preocupe que não vou correr atrás de você com papel e caneta na mão. Parabéns e que a cada dia mais pessoas leiam os seus preciosos livros.
(*) É jornalista e estudiosa da história da nossa cultura.
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