O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publica em seu informativo chamado de Comunicação Social, que o andamento do Censo 2010 está ocorrendo normalmente nas duas semanas iniciais de trabalho. Dos cerca de 58 milhões de domicílios existentes no país, já foram recenseados 16,5%, o equivalente a 9,6 milhões de residências. Até as 8h dessa segunda-feira (16/08), os 130 mil recenseadores que já haviam transmitido dados para o IBGE haviam contado cerca de 33 milhões de brasileiros, 17% da população que o IBGE estima haver no país.
“Em alguns estados a coleta está num ritmo adiantado, como Rondônia (28,2%), Sergipe (27,2%), Ceará (25,5%) e Mato Grosso do Sul (22,4%). Estamos trabalhando com uma boa velocidade”, afirmou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, durante a divulgação do primeiro balanço da coleta de dados do Censo 2010.
As dificuldades logísticas na distribuição dos coletes dos recenseadores tiveram algum impacto sobre o andamento do trabalho em alguns estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Dos 250 mil coletes licitados, cerca de 40 mil não foram entregues até 1º de agosto, quando os recenseadores começaram as entrevistas. Na última segunda-feira (09/08) a situação já estava normalizada em todas as unidades de federação.
Até a última sexta-feira (13/08), o serviço de atendimento telefônico do IBGE (0800-7218181) havia recebido 10.643 ligações sobre o Censo 2010, das quais 3.831 foram para confirmar a identidade dos recenseadores. A maioria da população concedeu entrevistas presenciais, e apenas 1.800 domicílios tiveram seus dados transmitidos para o IBGE através de respostas pela Internet.
A partir de 29 de agosto, o IBGE passará a divulgar em seu site (http://www.ibge.gov.br/), com atualização ao menos uma vez por semana, o número de habitantes e domicílios já recenseados por município. “Vamos divulgar o andamento da coleta em cada um dos 5.565 municípios do país, para que todos possam verificar o trabalho. Qualquer dúvida acerca da cobertura poderá ser esclarecida enquanto os recenseadores estiverem trabalhando, o que se encerra em 31 de outubro”, ressaltou o presidente do IBGE.
De acordo com ele, o fato de o IBGE ter alcançado a meta dos dias iniciais decorre principalmente do trabalho previamente feito de identificação dos locais de trabalho dos recenseadores, a chamada pré-coleta; da qualidade e do bom treinamento desses recenseadores e também da condição urbana da maioria da população. Realçou ainda que os primeiros dias são os mais difíceis nessa operação, devido a todos os procedimentos logísticos que envolvem o trabalho de 230 mil pessoas, em 5.565 municípios e sete mil postos de coleta.
Mais 2 mil recenseadores
Até 13 de agosto, o IBGE havia treinado 185.148 recenseadores, dos quais 128.690 tinham seus contratos de trabalho já registrados na sede do instituto. “Cerca de 50 mil recenseadores, cujos contratos ainda não foram transmitidos dos postos de coleta para a nossa sede, já devem estar trabalhando”, afirmou o presidente do IBGE, para quem o número de pessoas entrevistando a população não afetou a velocidade do trabalho – com as exceções de São Paulo e Paraná. “Nesses estados o número de recenseadores ficou aquém do que precisamos”, afirmou.
Portanto, o IBGE fará novo processo seletivo para esses dois estados, mais Santa Catarina, pelo qual serão contratados cerca de dois mil novos recenseadores. Eles deverão ser treinados em uma semana e, a partir de setembro, começar o trabalho de campo, entrevistando a população.
Número definitivo da população será conhecido em 27 de novembro
O primeiro resultado total da população recenseada será conhecido no dia 27 de novembro, e nos meses seguintes serão divulgadas as demais informações referentes aos questionários do Censo 2010.
O Censo Demográfico é a única pesquisa domiciliar a levantar informações sobre todos os 5.565 municípios brasileiros e, para alguns quesitos, trará dados até mesmo para bairros e distritos. Investigando as características dos domicílios, as relações de parentesco, fecundidade, educação, trabalho, renda, cor e raça e religião, o questionário do Censo foi amplamente discutido com especialistas e usuários, atende a recomendações internacionais e trará perguntas capazes de verificar as transformações sociais desde a realização do Censo 2000 e revelar um novo retrato do país.
O Valor dos Indicadores
Para o NCPAM, o Censo 2010 concebido e feito pelo IBGE é sem dúvida uma grande fonte de pesquisa para se avaliar o Brasil e definir novas bases para o seu desenvolvimento endógeno. No passado, nos anos da ditadura, os militares e seus tecnocratas manipulavam os índices e seus indicadores para justificar a prática do autoritarismo impondo a nação um modelo concentrador amparado na acumulação do capital, na exploração dos trabalhadores e no desmonte da democracia. Na conjuntura democrática, com a livre manifestação da sociedade civil, as demandas sociais, políticas, culturais, econômicas se transformaram em ações estruturantes, recorrendo as forças operantes da nova história do Brasil, o que requer ainda grande esforço para se construir um projeto de nação fundamentado na diversidade cultural, na distribuição de renda. no acesso a empregabilidade e nas demais políticas públicas que assegurem aos cidadãos qualidade de vida e justiça social.
Ainda de forma recorrente, contrariando as políticas compensatórias do governo federal baseada na discussão de matrizes culturais, o IBGE insiste em tipificar o "pardo" como matriz cultural brasileira sob a lógica da mestiçagem e do hibridismo da cultura, bem no estilo da democracia racial. Para os estudiosos é importante atentar para os resultados do Censo sobre o perfil identitário brasileiro, podendo até mesmo redefinir as políticas públicas culturais vigente no País, comprometendo as práticas compensatórias instituídas sob a lógica do multiculturalismo da América do Norte. Assim, quando consultado (a) pelo agente de pesquisa do IBGE pense sobre a sua condição cultural no universo da história brasileira, revelando o seu pertencimento relativo à cultura e seu modo de se afirmar perante o outro no contexto nacional.
“Em alguns estados a coleta está num ritmo adiantado, como Rondônia (28,2%), Sergipe (27,2%), Ceará (25,5%) e Mato Grosso do Sul (22,4%). Estamos trabalhando com uma boa velocidade”, afirmou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, durante a divulgação do primeiro balanço da coleta de dados do Censo 2010.
As dificuldades logísticas na distribuição dos coletes dos recenseadores tiveram algum impacto sobre o andamento do trabalho em alguns estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Dos 250 mil coletes licitados, cerca de 40 mil não foram entregues até 1º de agosto, quando os recenseadores começaram as entrevistas. Na última segunda-feira (09/08) a situação já estava normalizada em todas as unidades de federação.
Até a última sexta-feira (13/08), o serviço de atendimento telefônico do IBGE (0800-7218181) havia recebido 10.643 ligações sobre o Censo 2010, das quais 3.831 foram para confirmar a identidade dos recenseadores. A maioria da população concedeu entrevistas presenciais, e apenas 1.800 domicílios tiveram seus dados transmitidos para o IBGE através de respostas pela Internet.
A partir de 29 de agosto, o IBGE passará a divulgar em seu site (http://www.ibge.gov.br/), com atualização ao menos uma vez por semana, o número de habitantes e domicílios já recenseados por município. “Vamos divulgar o andamento da coleta em cada um dos 5.565 municípios do país, para que todos possam verificar o trabalho. Qualquer dúvida acerca da cobertura poderá ser esclarecida enquanto os recenseadores estiverem trabalhando, o que se encerra em 31 de outubro”, ressaltou o presidente do IBGE.
De acordo com ele, o fato de o IBGE ter alcançado a meta dos dias iniciais decorre principalmente do trabalho previamente feito de identificação dos locais de trabalho dos recenseadores, a chamada pré-coleta; da qualidade e do bom treinamento desses recenseadores e também da condição urbana da maioria da população. Realçou ainda que os primeiros dias são os mais difíceis nessa operação, devido a todos os procedimentos logísticos que envolvem o trabalho de 230 mil pessoas, em 5.565 municípios e sete mil postos de coleta.
Mais 2 mil recenseadores
Até 13 de agosto, o IBGE havia treinado 185.148 recenseadores, dos quais 128.690 tinham seus contratos de trabalho já registrados na sede do instituto. “Cerca de 50 mil recenseadores, cujos contratos ainda não foram transmitidos dos postos de coleta para a nossa sede, já devem estar trabalhando”, afirmou o presidente do IBGE, para quem o número de pessoas entrevistando a população não afetou a velocidade do trabalho – com as exceções de São Paulo e Paraná. “Nesses estados o número de recenseadores ficou aquém do que precisamos”, afirmou.
Portanto, o IBGE fará novo processo seletivo para esses dois estados, mais Santa Catarina, pelo qual serão contratados cerca de dois mil novos recenseadores. Eles deverão ser treinados em uma semana e, a partir de setembro, começar o trabalho de campo, entrevistando a população.
Número definitivo da população será conhecido em 27 de novembro
O primeiro resultado total da população recenseada será conhecido no dia 27 de novembro, e nos meses seguintes serão divulgadas as demais informações referentes aos questionários do Censo 2010.
O Censo Demográfico é a única pesquisa domiciliar a levantar informações sobre todos os 5.565 municípios brasileiros e, para alguns quesitos, trará dados até mesmo para bairros e distritos. Investigando as características dos domicílios, as relações de parentesco, fecundidade, educação, trabalho, renda, cor e raça e religião, o questionário do Censo foi amplamente discutido com especialistas e usuários, atende a recomendações internacionais e trará perguntas capazes de verificar as transformações sociais desde a realização do Censo 2000 e revelar um novo retrato do país.
O Valor dos Indicadores
Para o NCPAM, o Censo 2010 concebido e feito pelo IBGE é sem dúvida uma grande fonte de pesquisa para se avaliar o Brasil e definir novas bases para o seu desenvolvimento endógeno. No passado, nos anos da ditadura, os militares e seus tecnocratas manipulavam os índices e seus indicadores para justificar a prática do autoritarismo impondo a nação um modelo concentrador amparado na acumulação do capital, na exploração dos trabalhadores e no desmonte da democracia. Na conjuntura democrática, com a livre manifestação da sociedade civil, as demandas sociais, políticas, culturais, econômicas se transformaram em ações estruturantes, recorrendo as forças operantes da nova história do Brasil, o que requer ainda grande esforço para se construir um projeto de nação fundamentado na diversidade cultural, na distribuição de renda. no acesso a empregabilidade e nas demais políticas públicas que assegurem aos cidadãos qualidade de vida e justiça social.
Ainda de forma recorrente, contrariando as políticas compensatórias do governo federal baseada na discussão de matrizes culturais, o IBGE insiste em tipificar o "pardo" como matriz cultural brasileira sob a lógica da mestiçagem e do hibridismo da cultura, bem no estilo da democracia racial. Para os estudiosos é importante atentar para os resultados do Censo sobre o perfil identitário brasileiro, podendo até mesmo redefinir as políticas públicas culturais vigente no País, comprometendo as práticas compensatórias instituídas sob a lógica do multiculturalismo da América do Norte. Assim, quando consultado (a) pelo agente de pesquisa do IBGE pense sobre a sua condição cultural no universo da história brasileira, revelando o seu pertencimento relativo à cultura e seu modo de se afirmar perante o outro no contexto nacional.
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