quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A SOBERANIA DA SALA DE AULA SOB AMEAÇA

No Estado Democrático de Direito, a sala de aula tem sido um espaço soberano do processo de aprendizagem e da produção do conhecimento sob a direção do professor, que por sua vez, interage com sua congregação organizacional. Esta tem sido a prática pedagógica vigente nas instituições de ensino. A ditadura no passado violou esse espaço intimidando os professores com a presença de “dedo-duro” se passando por aluno regular. No entanto, resgata-se a soberania popular e conseqüentemente a autonomia das práticas pedagógicas numa perspectiva libertária e humanista.

Mas, algo de estranho tem acontecido no Campus da Universidade Federal do Amazonas. Vejamos: em nome da segurança tudo tem sido permitido por aqui até mesmo a violação do espaço do Campus Universitário. Recentemente, quando a candidata Marina Silva esteve no Campus no sábado (14) pela manhã, a polícia militar entrou no auditório Eulálio Chaves com armas de grosso calibre. Agora, nesta segunda-feira (23) um aluno regular do curso de geografia resolveu participar da aula fardado e devidamente armado.

O professor e antropólogo José Exequiel Basini Rodrigues, no uso do poder da cátedra, resolveu reagir a esta afronta solicitando que o referido aluno se retirasse de sala de aula e só retornasse depois que resolvesse se desfazer da arma.

A atitude do professor Basini suscita na comunidade acadêmica ampla discussão, que gostaríamos de compartilhar com os protagonistas da cena porque além de ameaçar a integridade dos demais alunos viola também o espaço democrático que pauta a produção do conhecimento. A discussão está posta e sem “nóia” gostaríamos de ter a contribuição de todos para que se possa interpelar as instâncias superiores da UFAM em favor do sagrado direito da prática acadêmica respaldado na autonomia do Campus Universitário como espaço livre e soberano... cuidado para que eles não se apropriem somente das flores, mas do jardim como um todo.

Um comentário:

Wendel disse...

cada dia nós nos deparamos com situações de igual rigor como esssa agora, o mais perplexo que fico é que isso nunca aconteceu ao meu ver numa sala de aula. a cada momento fico decepcionado em saber que o brasil está se voltando a um sentido retrogrado (na ditadura, foi uma luta, no pós ditadura é uma discordia). mais uma vez me vem a pergunta: o Brasil tem jeito? eu pessimista acho que não, mas quando olho uma criança percebo que devo pelo ao menos suavisar esse futuro que será tão pessimo a elas. o populismo voltou com o lula e agora a ditadura, do qual essa podemos chamar de ditadura disfarçada e aquele de neopopulismo, palavras bonitas para coisas tão feias, mas que paradoxo. Estado de direito, faz me rir, cadê o direito aí. é ano de eleição, espero que as pessos votem conscientes, pois eu vou votar, ou pelo ao menos tentar. e que esse ano seja um ano de decisões para um Brasil melhor!