sábado, 28 de agosto de 2010

NA PAUTA, O TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS

A luta do Movimento S.O.S Encontro das Águas, neste Ano Internacional da Biodiversidade, fundamenta-se nos ensinamentos do renomado professor Aziz Ab'Sáber, que define a nossa Amazônia como um conjunto de paisagens e ecologias da América do Sul setentrional caracterizada e definida pela sua singularidade.

O Brasil, por sua vez, possui a maior parcela territorial dentro da Amazônia pan-americana, o que aumenta ainda mais a responsabilidade dos governantes quanto à proteção de seus recursos ambientais. O Encontro das Águas é um desses fenômenos magníficos a se apresentar ao mundo, catalisando sentimento de espanto, admiração e identidade traduzidos em valores culturais, potencializando não só a história do povo do Amazonas, mas a sua própria sustentabilidade.

O Encontro dos rios Negro com o Solimões é extensivo conectando-se com outros tributários formadores do riquíssimo e majestoso rio Amazonas. A iniciativa do Movimento S.O.S Encontro das Águas é alertar os governante brasileiros, assim como as empresas privadas quanto à responsabilidade social e ambiental referente ao Encontro das Águas e todo o Manancial Amazônico formador desse fenômeno, promovendo pesquisa que possam inventariar todo esse ícone, na perspectiva de garantir o Tombamento definitivo desse bem público enquanto Patrimônio da Humanidade e como Unidades de Conservação sob controle das comunidades ribeirinhas, que há muito se beneficiam diretamente desse complexo ecossistema.

As recentes manifestações desse Movimento, contando com o apoio do poeta Thiago de Mello, Márcio Souza, Tenório Telles, pesquisadores, políticos, líderes comunitários, estudantes, professores e ambientalistas do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) objetiva, unicamente, conhecer a biodiversidade que povoa esse ambiente para salvaguardá-la dos danos perpetrados pela empresa mineradora Vale do Rio Doce controladora da Log-In Logística Intermodal S/A., que insiste em construir o Terminal Portuário das Lajes, alterando o paisagismo da região, como também todo ritmo das formas de vida desse ecossistema, causando também dano à população tradicional que se beneficia diretamente desse patrimônio para sua subsistência, bem como ao imaginário representativo de nossa identidade amazônica e da economia da cultura agregada ao turismo ecológico.

Três anos de luta já se passaram e o Governo do Estado aliado com os Agentes Públicos Federais silenciam por conveniência, praticando a omissão e o crime contra a economia ambiental do povo do Amazonas.

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