sexta-feira, 17 de abril de 2009

MORTOS E MUTILADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO AMAZONAS


DEPACOM - SEP/Norte Quadra 505 Conjunto A - CEP 70730-540 - Brasília-DF Telefone (61) 3274-4150 - Fax (61) 3274-7001 (clique na imagem para ampliá-la)

H
á dias atrás a nossa editoria pautou uma reportagem sobre as mortes e mutilações decorrentes da Ponte sobre o rio Negro - Manaus/Iranduba. A reportagem procurou ouvir todos os atores, fazendo valer o princípio do contraditório. No entanto, no Amazonas impera uma forma de pensamento único. Pensar ao contrário das idéias dominantes governamentais corre-se risco de morte, sofrendo ameaça de toda sorte.

Nessa circunstancia, a comunicação eletrônica por meio da Internet tem sido eficiente para desvelar os mistérios da construção civil ou pelo menos fazer o chamamento para o que está ocorrendo nesse território, no interior da floresta Amazônica. Foi assim que ficamos sabendo das mortes e mutilações ocorridas em diversos segmentos empresariais no Estado.

Por essa razão, recorremos aos dados acima, um tanto quanto desatualizados, apresentados pelo Departamento Profissional da Construção e do Mobiliário do Brasil, que é um órgão de assessoramento da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, para afirmar que esse fenômeno não é inusitado, é fato corriqueiro e faz parte das estatísticas nacionais, goste ou não os agentes do Estado. O pior de tudo é a omissão criminosa e o silêncio cúmplice desse atores referentes às mortes e mutilações dos trabalhadores nesse processo.

A informação que nos chega de um dos nossos leitores é que no Manauara Shopping )obra recém inaugurada em Manaus) “foi contabilizado 10(dez) isso mesmo, 10 mortos desde o início das obras, sem contar os que ficaram inválidos, e outros casos menos graves. O último caso é de uma pessoa que foi baleada dentro do shopping a vista de muitos. Mas, o porquê dessas informações não saírem publicamente? Com certeza, para não manchar a imagem de um shopping que representa o status da classe média alta amazonense. Assim, realmente este shopping ficará marcado na memória de muitos, e sem dúvidas, das famílias dos que perderam seus entes queridos na construção de mega empreendimento. A ponte também já contabiliza uma média de pelo menos 8 mortos e dezenas de acidentes com afastamento e invalidez. Fonte dos dados acima: Engenheiros Civis envolvidos nos dois projetos, mas que preferem manter seus nomes preservados, pois se seus superiores souberem poderão sofrer a morte de seus empregos”.

O crescimento da indústria da construção civil em Manaus e a questão da segurança e capacitação de mão-de-obra nesse setor da economia já foram tema da Tribuna Popular requerida pelo vereador José Ricardo (PT), no plenário Adriano Jorge, da Câmara Municipal de Manaus. O debate contou com a presença do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Amazonas, Roberto Bernardes de Andrade, quando declarou que Manaus abriga hoje mais de 700 canteiros de obras, empregando mais de 20mil trabalhadores.

Por tudo isso, e pela verificação dos fatos, tanto o Governo do Estado como os Sindicatos independentes, o Ministério Púbico do Trabalho e o próprio Ministério do Trabalho deveriam operar e cooperar para coibir, controlar e garantir a seguranças aos trabalhadores, principalmente nesse momento de crise econômica, quando a construção civil passa ser a apresentada como a solução para remediar a perda dos postos de trabalhos nas diversas regiões do Brasil.

Nenhum comentário: