Grupo Simões - O ex-diretor da DOCENAVE, Navegação Vale do Rio Doce, Sergio Gabizo, que respondia pela área de carga geral e contêineres da empresa, agora responde no Amazonas pela Direção do projeto Porto das Lajes, empreendimento estimado em 220 milhões. Gabizo, na quinta-feira (2) passada, em entrevista nacional, no programa Encontro com o Povo do Amazon Sat, declarou que a responsabilidade do projeto é da “empresa Juma Participações detentora de 20% do Grupo Simões (coca-cola), que faturou mais de 2 bilhões de reais no ano passado associado à Log-In Logística Intermodal, atuando com entrega porta a porta e que acaba de encomendar mais 5 navios para atender o mercado nacional e internacional. O ativo da empresa é da Companhia Vale do Rio Doce”.
Coca Cola é a nova parceira da FAS – Confira notícia na página da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) datada de 06 de fevereiro, deste ano, no curso das avaliações do projeto do porto das Lajes junto ao IPAAM (órgão estadual que tomou para si a responsabilidade de licenciar a obra). Na data em foco, o Grupo Simões (Juma Participações) avalizou a doação de R$ 20 milhões para a FAS. A notícia pegou todos de surpresa porque não sabíamos explicar as razões que justificavam a coca-cola fazer tal doação, associando-se ao Governador Eduardo Braga e o Banco Bradesco - co-fundadores da fundação. O repasse se deu pelas mãos do presidente da Coca Cola Brasil, Xiemar Zarazúa, para quem "a visão da FAS se casa perfeitamente com nossa plataforma de meio ambiente. E a participação nesta iniciativa foi inspirada pelo governo do Estado do Amazonas". Em resposta, Eduardo Braga adiantou-se dizendo que "fará tudo dentro das suas possibilidades para que os amazonenses, a começar pelos cerca de 90 mil servidores públicos do Estado, possam adquirir os produtos BRADESCO com a marca FAS. Ele observou ainda que a presença da Coca Cola é fruto de um trabalho sério e de responsabilidade socioambiental que tem pautado o seu governo". Lembrou ainda, que a Coca Cola tem sido parceira de longa data, como no Festival de Parintins. "A FAS concentra as maiores empresas do Brasil e do mundo e isso é sinal de credibilidade para o Estado o que muito nos deixa feliz". A jogatina consiste: A FAS foi criada pelo governo do Amazonas na onda das políticas de mudanças climáticas, de Conservação Ambiental e de Desenvolvimento Sustentável. O Governo do Estado do Amazonas aprovou na Assembléia Legislativa a Lei que lhe dá pleno direito de celebrar parceria e estabelecer contratos especiais à revelia do parlamento. Assim, o Governo do Estado do Amazonas e o Banco Bradesco S.A., decidiram criar a Fundação Amazonas Sustentável – FAS, como entidade civil, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, econômica e financeira. Isso significa, que todo o recurso captado pelo governador Eduardo Braga passa longe, muito longe do tesouro do Estado, longe muito longe do Tribunal de Contas e perto muito perto dos interesses privados em beneficio dos grupos circundantes do governador Eduardo Braga (Saiba mais aqui).
Vale do Rio Doce no Amazonas – Além do transporte de contêineres a longa distância e cabotagem, o interesse da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) no Amazonas está além do serviço que pretende oferecer as empresas do Pólo Industrial da Zona Franca de Manaus, está, sobretudo, na exploração mineral in natura, que deixa para o Estado baixíssimo valor tributário, como é o caso do pantanal, segundo nos informou o técnico do Departamento Nacional de Produção Mineral em Manaus. Explica também, que a CVRD é uma empresa privada que opera hoje em 16 países de cinco continentes. Ainda que tenha controle majoritário governamental, a Companhia deixou de ter compromisso prioritário para com o desenvolvimento da Amazônia, como nas primeiras décadas de sua existência, e hoje tem como meta o maior lucro possível para seus acionistas, fazendo-se presente globalmente onde estão os maiores depósitos e a maiores oportunidades de lucro, como toda e qualquer multinacional. Em noticiário nacional a Companhia informou que seu Conselho de Administração aprovou orçamento de investimentos de US$ 14,2 bilhões para 2009, que serão dedicados à sustentação das operações existentes e à promoção do crescimento por meio de pesquisa, desenvolvimento e execução de projetos em diversos segmentos de seu portfólio de ativos. Para o técnico do DNPM, “a pretensa construção do porto das Lajes, casada com a liberação das licenças de prospecção mineral para o Amazonas é que é o grande negócio”, fiquemos a atento.
Interlocução Acadêmica - Além das discussões acadêmicas que teremos no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) nesta próxima semana, envolvendo os especialistas, quanto à pretensa construção do porto das Lajes, o movimento SOS Encontro das Águas deverá participar também da Audiência Pública na Câmara Municipal de Manaus, no dia 16 de abril às 14 horas. Antes da Audiência, no dia 08 (quarta-feira) às 13 horas, no Mini-Campus da UFAM teremos uma ampla discussão, com a participação dos professores e pesquisadores Frederico Arruda, Rogelio Casado, Ademir Ramos, Jackson Rego, Telma Pontes entre outros, para se analisar a proposta de construção do porto e se definir estratégia de enfrentamento em defesa da proteção e conservação do nosso cartão postal, que é o Encontro das Águas.
Banzeiro na Imprensa – Definitivamente a Log-In Logística Intermodal, que controla a empresa Laje Logística, que pretende construir o porto das Lajes na confluência do Encontro das Águas, na Zona Leste de Manaus, adotou uma nova estratégia de mídia frente o avanço do movimento SOS Encontro das Águas. A estratégia é simples, resolveram abrir os cofres, plantando notas e fazendo propagando na imprensa local, beneficiando diretamente todos os jornais da capital do estado do Amazonas. Além da mídia impressa, os diretores da empresa, aliados com os pesquisadores da Liga Consultores, resolveram bancar as lideranças das comunidades que serão atingidas pelo projeto, patrocinando eventos de massa para que manifestem apoio ao empreendimento. Só que as lideranças viciadas por não terem legitimidade, não tem satisfeito os empresários da Log-In e os eventos tem sido esvaziado para o desespero da diretoria da empresa e do professor doutor (como gosta de se identificar) José Carlos Machado, que se tornou o pau mandado da Log-In para as práticas assistencialistas.
Márcio Souza e Fanfarrões do Porto das Lajes – Em sua crônica semanal publicada neste domingos (5) em A Crítica, o renomado escritor amazonense, Márcio Souza declarou que “esta é a última vez que toco no tal do Porto das Lajes, que vai destruir o encontro das águas. O assunto agora está na alçada federal, livre de influências municipais e dos pequenos poderes locais. A questão, que é de foro federal, já que se trata de águas internacionais, vai ser tratada pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Cultura, e o Ministério Público Federal. O primeiro porque os danos ao meio ambiente serão irreversíveis, o segundo porque um patrimônio paisagístico será conspurcado para facilitar a vida de meia dúzia de empresas multinacionais, que não fariam nada parecido em seus países de origem, a terceira instância porque não podemos correr riscos ou vamos chorar sobre o leite derramado. Como já aconteceu tantas vezes. Mas vejam só meus sete leitores, como o meu ‘oportunismo’ me deixou cego. Como não pude perceber que os empresários que desejam este porto são amazonense da gema. Fiquei embevecido em saber que a Vale do Rio Doce é tão amazonense quanto um jaraqui frito. A Log-In é manauara como um pirarucu de casaca e a Coca-Cola só não é baré porque está noutra tribo. Afinal, são essas as principais firmas amazonenses na jogada, de acordo com a nota publicada no 1o de abril, dia mundial da mentira. Aliás, quero agradecer aos gerentes locais do Porto das Lajes pelo generoso ato de investir alguns trocados na mídia impressa da taba, que seja exemplo para outros empresários alienígenas. Pelo menos os nossos valorosos veículos de imprensa faturaram algum, e esta grana vai acabar virando o salário dos gráficos, jornalistas e fornecedores e terminará inexoravelmente circulando por aqui mesmo. É o que podemos chamar de redistribuição de renda. Um outro detalhe que me chamou atenção na referida nota, foi o aumento da distância do porto, que era de oitocentos metros, agora já são dois mil e quinhentos e, digo eu, quando chegarem aos 25 mil metros, poder contar com o meu apoio irrestrito. Pelo menos não podemos acusar esses prepostos de inflexíveis. Agora, caros leitores, os cidadãos de bem de Manaus devem ficar de olhos nos políticos, especialmente naqueles que se dizem defensores do meio ambiente, para dar-lhes a resposta na próxima eleição”.
Pronunciamento do João Pedro no Senado Federal (Agência Senado) - Os moradores do bairro Colônia Antônio Aleixo, em Manaus, que são contra a instalação de um porto no local, receberam apoio do senador João Pedro (PT-AM). Ao discursar em Plenário, na semana passada, ele declarou que "as autoridades precisam ouvir a voz dos habitantes dessas comunidades. Não se pode, por conta de interesses econômicos, ultrajar dimensões como a memória, a história e a cultura”, afirmou o parlamentar. O senador lembrou ainda que foi realizado um seminário para discutir o assunto sexta-feira (27), no qual estiveram presentes, além dele, os senadores Arthur Virgílio (PSDB) e Jefferson Praia (PDT), a bancado do Amazonas no Senado Federal. João Pedro mencionou as reivindicações que foram apresentadas durante o encontro, como a de que nenhum terminal portuário seja implantado no local e a de que o licenciamento de qualquer empreendimento na região seja de responsabilidade de órgãos federais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Também foram defendidas a transformação do local em unidade de conservação de uso sustentável, a promoção de sua recuperação paisagística e a implementação de políticas públicas que promovam o seu uso sustentável, entre outras medidas, segundo o pronunciamento do nosso senador. Para ele “o seminário tem que ser compreendido como um alerta de como devem ser ocupadas as cidades”, disse João Pedro.
Culpado é a Cheia – Para o político bandido qualquer motivo é razão para assaltar os cofres públicos, principalmente quando estamos em ano impar, antecedendo as eleições. Neste ano, segundo a rotina política no Amazonas, eles são capazes de fazer chover canivete para em regime de exceção construir hospitais em beneficio dos feridos, tudo isso sem licitação para fazer caixa. Agora começam a lamentar que a cheia dos rios será “desconforme” ameaçando a vida dos ribeirinhos e de toda a população que vive no interior do Estado. Ora, a culpa nào é da cheia e nem tampouco da vazente. A culpa e a responsabilidade do abandono das comunidades que vivem no interior de nossas florestas, nos 61 municípios do Estado fora a capital, é dos governantes, que pouco ou quase nada fizeram, em beneficio desses cidadãos. No Amazonas, o governo já anunciou que vai decretar estado de calamidade público, criando dessa feita, condições legais para drenar o recurso público para as mãos dos financiadores da campanha no próximo ano. Esta prática no Brasil e, em particular, no Amazonas, segue um comportamento efeito dominó, ocorrendo do geral para o particular em cadeia. E assim tudo parece normal na terra das Amazonas.
Um comentário:
Muito cuidado, vocês estão mexendo em casa de abelha, e os seus ferrões já estão prontos para acertar os que estão agitando sua colméia.
Esses individuos são os donos do amazonas, e não custa nada para que venham a agir como nos grandes garimpos que já existiram na Amazônia.
A Amazônia tem donos,e este possui endereço, rua e cep, basta procurá-lo. Se eles sãos os donos não se pode fazer nada, apenas ver no que vai dar.
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