quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O BRILHO DOS GIRASSÓIS NA FLORESTA

Ademir Ramos (*)

Reluz no verde silvestre o amarelo vivido dos girassóis. Pela manhã, com a luz matinal, circulo no em torno da casa conferindo o crescimento das espécies que brotam e povoa o jardim a sombra da floresta. Nesse momento a sensação é de plena admiração em ver entre as flores silvestres o brilho dos girassóis.

Tal manifestação só foi possível porque descartei no jardim os restos de alimento do papagaio falante, que é um dos apreciadores das sementes de girassóis entre os homens. Desta cadeia alimentar as energias se multiplica não só por meio do consumo da espécie, mas, sobretudo, no belo e majestoso brilho e formato dos girassóis plantado no tapete da floresta Amazônica.

A admiração como forma de estranhamento do cotidiano é uma boa conduta para se perceber no mundo e chamar para si o controle das coisas, na perspectiva das relações interativas, pautadas na alteridade e na reciprocidade.

Foi assim o meu despertar com os girassóis, que aparentemente frágil frente às frondosas árvores da floresta, conserva seu encanto, beleza e simbolismo, seduzindo as pessoas para o mundo possível sonhado por todos no formato circulante dos girassóis.

O contexto não poderia ser melhor, no denso mundo da floresta, onde a diversidade impera e nos convida a viver no mútuo respeito fundamentado na vida e na temporalidade. Os girassóis, o verde, o cantar dos pássaros agregam valor que podem transformar o meu jardim num projeto a ser compartilhado com outros que amam e transformam o vivido numa questão social, devendo ser projetado na própria Amazônia, que para uns é moeda de troca e para mim é um jardim, onde devemos semear novas espécies enriquecendo sua biodiversidade em função da presente e futuras gerações.

Vivas aos girassóis e ao presente mundo da natureza, que nunca nos falte suas representações em nosso imaginário, para que as pessoas, mesmo as mais despercebidas ou alienadas possam um dia, quem sabe em breve, admirar os seus encantos e em tempo formular em atos a alegria de viver conjugando o verbo amar.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

2 comentários:

Anônimo disse...

Até no mais remoto lugar terrestre é possível florescer vida. Vamos celebrar a vida ! O tombamento do Centro Histórico de Manaus e do Encontro das Águas são provas da investidura que os cidadãos têm feito em prol da conservação da vida e da sua diversidade.

Juscélia Castro.

Anônimo disse...

A vida com certeza é valor mais importante e valioso de que temos à disposição, talvez até o único segundo Nietzche. Mas, para podermos gozar do nosso direito a vida, faz-se necessário que disponhamos de liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de conduta, de pensamento, o direito à liberdade de ter liberdade, somos livres a medidas que temos opções de escolher...
Mesmo com todos os "grilhões do capital" que acorrentam não só a mim, a vós que lê esta mensagem ou a outros milhões de brasileiros, fico feliz em notar, que sim existe uma solução pra os problemas!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Se somos o jardineiro observador, a linda e imponente floresta, ou ainda, os lindos e frágeis girassóis ainda não sei discernir, mas tenho a certeza que o comum aos três é o valor da vida e suas intensas forças para assim se manterem, mesmo estando na diversidade de suas existência.
Viva ao povo!!!!!
Que reunido pode fazer coisas espetaculares em benefício da felicidade.