
Ellza Souza (*)
O mercado de uma cidade é um grande atrativo para o turista. Manaus há algum tempo está sem o seu mercadão que se encontra fechado em face da disputa em torno de suas pedras portuguesas de Liós. Ou seja, faltou vontade política para fazer a reforma desse prédio tão importante historicamente. Mas agora o Mercado Municipal Adolpho Lisboa situado na beirinha do rio Negro numa área considerada o berço da cidade, está sendo revitalizado.
Na manhã ensolarada do dia 2 de dezembro fui fazer uma visita ao velho mercado para tirar fotos do trabalho minucioso de recuperação numa tentativa de devolver sua arquitetura original. Belos detalhes como escadas de ferro e de mármore, vitrais, fachadas, colunas com identificação do fabricante, estavam escondidos sob feias paredes e placas. Do jeito que está, com obras a todo vapor e pelo que li na placa oficial já são mais de 300 dias de trabalho, faltando mais de 400 para a conclusão, mesmo com entulhos, poeira, material amontoado, se observa um lugar amplo, de muita luz e beleza.
O prédio foi feito para funcionar um mercado, lugar apropriado para a comercialização de alimentos, artesanato, produtos típicos da floresta. Por isso precisa não só ser bonito mas arejado e limpo onde as pessoas daqui e de qualquer lugar possam fazer compras ou simplesmente visitá-lo. Os permissionários que detém licença para vender seus produtos no mercado e estão provisoriamente nas proximidades, devem se preparar para a volta e reavaliar seu conceito de atendimento ao público. Acho que a Prefeitura deveria viabilizar cursos e palestras a essas pessoas com informações sobre a história do Adolpho Lisboa, noções de higiene e manipulação dos alimentos e de boas relações com o público.
A visita teve o suporte do fotógrafo Hamilton Salgado que nos mostrou toda a obra, apresentou os profissionais responsáveis e o Antonio Fonseca tirou as minhas fotos. Salgado não só mostrou como nos falou sobre dados históricos importantes do local. Seu conhecimento vem de pesquisas e vários documentários que já realizou sobre a história de Manaus. O competente fotógrafo amazonense é também um contador de histórias e se realiza tentando resgatar e registrar os casos que viveu e ouviu.
(*) É escritora, jornalista e colaboradora do NCPAM/UFAM.
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