sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O ZANGÃO QUE VIROU MOSQUITO

O tempo é implacável. Tal assertiva também é válida para os políticos, que por vício se perpetuam no poder para garantir aos seus os predicativos do cargo, aparelhando o Estado aos interesses privados e domésticos. No entanto, não podem contrariar a natureza que encerra potencia, habilidade e força capaz de arrebatar a fortuna enquanto paixão na perspectiva de definição das estratégias, visando à conquista e a permanência no poder.

Os políticos também têm data de validade cabe aos leitores conscientes conferirem em suas práticas o quanto, ainda dura, a gestão de determinado parlamentar ou gestor no exercício do mandato. O sensato seria que o próprio ator decida sobre as suas condições de trabalho e resolva parar enquanto o reconhecimento popular exalta sua grandeza no universo da política eleitoral.

Não havendo tal manifestação cabe ao povo descartá-lo das mais variadas formas levando até ao palanque das vaias ou mesmo à sarjeta do ostracismo, execrando o nome do político em praça pública para que se volte aos seus afazeres domésticos e possa quem sabe pelo menos prestar alguma contribuição moral ou técnica aos seus fieis escudeiros.

Em alguns reinados africanos, quando ocorria a morte do rei, conservavam o seu corpo embalsamado e os seus fantasmas governavam até chegarem ao entendimento de quem iria substituir no exercício do mando. Com isso mantinha a unidade e buscavam de certa forma o consenso na classe dirigente e em seguida declaram formalmente a morte do mandatário.

Por aqui, na terra dos Manaós, pelo descaso e abandono em que se encontra a cidade e o seu povo, a morte está declarada, faltando apenas celebrar o rito de passagem para exorcizar o espírito que por vício não pretende abandonar a caverna do poder que por muito transformou em sua morada.Talvez ainda, tal espírito vagante, busque uma saída honrosa. O chamado tiro no pé, fazendo-se de vítima para que converta o fato numa comédia de erros e acertos.

Se assim for a sentença virá de Brasília e de forma rápida as carpideiras e alguns homens fortes serão contratados para carregar em praça público aquele que foi um dia o Zangão do Norte e hoje se encontra reduzido pela sua arrogância e insensatez a um mosquito do asfalto a vagar em busca de guarida, batendo de porta em porta a procurar de um partido para lhe conferir algum status de direção. Em síntese, que a sabedoria vença a arrogância e a vaidade, vindo a orientar as determinações dos profissionia quanto ao tempo do plantio e da colheita e quem sabe possa usufruir diretamente das benesses e do reconhecimento do seu trabalho como processo de transformação social sob a forma de um poder republicano.

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