sexta-feira, 17 de abril de 2009

OS EMPRESÁRIOS NÃO DERAM AS CARAS NA ALE

Depois da surra que os empresários das Lajes (Log-In) Logística S/A levaram dos vereadores de Manaus ontem (16), na Audiência Pública na Câmara Municipal, não compareceu nenhum dos diretores da empresa, o Sergio Gabizo, Lauritis Hausen e nem tampouco o falastrão da Superintendência da Zona Franca de Manaus, o professor José Carlo Machado, na Audiência Pública desta sexta-feira (17), na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM).

Para o líder comunitário Isaque Dantas, “Escafederam-se, bateram em retirada porque não tinham argumento para sustentar o crime que pretendem fazer, que é a construção do porto nas confluências do nosso Encontro das Águas”.

O autor do requerimento foi o Deputado Ângelus Figueira, que abriu Audiência às 10 da manhã, questionando a verticalidade relativa à competência do Estado por meio do

Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) em tomar para si a responsabilidade do licenciamento deste empreendimento em águas internacionais, que é o caso do rio Amazonas em terras brasileiras. O Deputado Luiz Castro, presidente da Comissão do Meio Ambiente, reiterou as críticas e parabenizou a condução do movimento social e apelou aos órgãos federais para assumirem o controle do processo de licenciamento deste empreendimento como já vem sido requerido em processo civil público pelo Ministério Público Federal.

O presidente do Sindicato dos Pescadores, Pedro Hamilton manifestou preocupação com os desinformados sobre a realidade do lago do Aleixo e declarou no plenário da Audiência, que "não precisamos de diploma para saber dos impactos sociais da obra do Porto das Lajes; nosso diploma é de trabalhador honesto". Disse também, "nós somos piabas no meio de tubarões, mas temos coragem de lutar pela nossa sobrevivência. Somos milhares de piabas, mas estamos na luta”, concluiu.

E pela primeira vez, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) através da diretora do Centro de Ciências do Ambiente, Anete Rubim veio a público para desqualificar o Relatório de Impacto apresentado pela Liga dos Consultores S/A, o que já havia feito formalmente ao Ministério Público Estadual. Ainda mais, o professor Albertino de Souza Carvalho, que fez parte da chapa vitoriosa da professora Márcia Perales, futuro pró-reitor de planejamento e desenvolvimento institucional da UFAM, usou da tribuna para denunciar a manipulação do nome da UFAM pela empresa Liga Consultores e responsabilizar seus diretores, que também são professores da universidade pela autoria do EIA/RIMA, repudiando qualquer comprometimento da UFAM nos laudos periciais.

A Semana foi cheia de surpresas para os predadores das Lajes, mas o parlamento do Amazonas soube dar a resposta merecida em defesa da nossa Amazônia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Os almofadinhas da Lajes (Log-In) abriram o cofre para publicar nota na imprensa local (os trabalhadores até aprovam porque não deixa de ser uma forma de distribuição de renda) para justificar a fuga dos debates. E desse vez não foi na comunidade do Aleixo, eles fugiram do debate na Assembléia Legislativa do Estado, o parlamento do Amazonas. Aguardem os próximo capítulos a coisa vai pegar. As mascaras vão cair e esse senhores vão ter que explicar as sua alianças locais e internacionais. Não segredo que o diabo não revele. Quem é o Gabizo? A relação com o grupo da coca-cola? a relação com a suframa e o governador Eduardo Braga? e o caixa dois do Eduardo a FAS? - o BICHO VAI PEGAR.

Marcos Almeida disse...

Marcos Almeida,
Por muito tempo se tem desqualificado o norte e principalmente nortistas e amazônidas, mas ao que tudo indica atráves dessas manifestações populares organizadas que entram em conflito com os grandes interesses comerciais dessa região. Temos que mudar esse conceito de no norte "todos" saõ apáticos as causas sociais e ambientais.
Em todo o Brasil e por que não dizer no mundo, muitos empreedimentos empresariais tem destruído as riquezas naturais e patrimônios do meio ambiente, e pouco se tem feito para evitar isso, o que algumas vezes vemos é uma nota em jornal ou uma meia dúzia de pessoas manifestando silenciosamente nas capitais, porém este logo acaba, deixam a mensagem e a natureza que se vire. Já no amazonas este movimento social denominado SOS ENCONTRO DAS ÁGUAS tem supreendido a região e mesmo o brasil, por que mesmo diante de tamanha conspiração comercial em prol da destruição do meio ambiente, no caso o encontro das águas (patrimônio dos povos da amazõnia), os envolvidos vestem a camisa, arregaçam as mangas e vão a luta e batem de frente com os grandes empreendedores, e ao que parece estão receosos de um embate mais ferrenho com o movimento organizado, pois todos já sabem que eles estão errados e usam de subterfúgios dúvidosos para dar continuidade em seu projeto de destruição.
Este movimento, sua unidade e organização, garra e determinação em defender seu patrimônio natural deve ser tomado como exemplo para todas causas a serem defendidas no brasil, pois mesmo diante de um cenário desigual estão fazendo a diferença e mudando a concepção que muitos tem sobre os amazônidas.
Do mato para o mundo, este é um movimento a muito tempo não visto no Brasil. Levantem essa bandeira para que todos possam ver que na amazônia pulsa sangue quente desejoso de justiça nas causas ambientais.