domingo, 20 de setembro de 2009

ASSASSINATO DO PADRE GERA INCIDENTE INTERNACIONAL


O assassinato do padre italiano Rogério Ruvoletto (52), em Manaus, neste sábado (19), cria para o Brasil um incidente diplomático internacional, não só com a Itália, Estado natal do religioso, mas, sobretudo com o Vaticano, onde na próxima quarta-feira (23), o governador Eduardo Braga (PMDB), estará para se encontrar com o Papa Bento XVI, conforme foi anunciado pela Agência de Comunicação do governo do Amazonas.

O assassinato do padre teve repercussão por todo o mundo e com certeza, nessa hora, a imprensa italiana deverá está correndo atrás do governador Eduardo Braga, não para conhecer sobre os programas relativos à Zona Franca Verde, mas, para saber por quê no Amazonas religiosa e religioso tornaram-se presa fácil da criminalidade. Como bem declarou Dom Luiz Soares, vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arcebispo Metropolitano de Manaus, “estamos entregues nas mãos dos bandidos. Não temos mais segurança nessa cidade”.

Segundo noticiário do jornal a Crítica, Dom Luiz Soares foi um dos primeiros a chegar à casa dos padres em Santa Etelvina, na Zona Norte de Manaus. Abalado, muito abalado, ele tentava acalmar os fiéis mais exaltados e também exigia do secretário de segurança do estado, Francisco Sá Cavalcante e do comandante da Polícia Militar (PM), coronel Dan Câmara, mais atenção para a questão da segurança pública na cidade.

Dom Luiz Soares clamava por justiça. Pois, há um mês assaltaram a casa dos padres da Igreja de São Sebastião; depois a casa das freiras salesianas do Patronato Santa Terezinha; em seguida a casa dos padres diocesanos no conjunto Shangrilá (que resultou no deslocamento do padre Orlando Barbosa para outra paróquia fora do Amazonas por medida de segurança). Na quinta-feira (17), seqüestraram o bispo Gutemberg Régis e o padre Soares da congregação dos redentoristas, que passaram duas horas nas mãos dos assaltantes.

Em nota oficial, o Comando da PM informava que foi criada uma força-tarefa para investigar o crime do padre Rogério Ruvoleto. O corpo foi velado na Igreja do Bairro e em seguida transladado para a Itália, região de Palermo, onde será sepultado.

O assassinato do padre italiano, que há dois anos trabalhava na Arquidiocese de Manaus, abalou a comunidade na qual ele prestava seu trabalho pastoral. Um grande número dos comunitários se fez presente no local protestando e gritando por justiça. “Chegamos ao fundo do poço. Estamos nas mãos dos assaltantes, drogados e todo tipo de criminosos, não temos segurança”, é o que desabafa o bispo auxiliar de Manaus, Dom Mário Pascoalotto. Portanto, não tendo mais a quem reclamar vai ao Papa já que os bispos estão na alça de mira dos criminosos no Amazonas.

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