sexta-feira, 18 de setembro de 2009

PADRE ORLANDO JUSTIFICA SEU AFASTAMENTO DA COLÔNIA ANTONIO ALEIXO

Pe. Orlando lendo a sagrada escritura no cenário do Encontro das Águas.


O coordenador do NCPAM/UFAM, professor Ademir Ramos, passado quase um mês resolveu tornar público as justificativas apresentadas pelo Padre Orlando Barbosa, pároco da Colônia Antonio Aleixo, na zona leste de Manaus. A mensagem do padre data do dia 31 de agosto às 12h57, segundo o professor Ademir, “foi um achado porque como estava em tratamento de saúde em Brasília, não tinha tempo de consultar minhas mensagens, depois que cheguei a Manaus fui conferir minha caixa e me deparei com a mensagem do Padre Orlando, justificando seu afastamento estratégico da luta contra o Porto das Lajes, que os tubarões da Log-In Logística Intermodal pretendem construir nas imediações do nosso Encontro das Águas”. Conheça a mensagem do pároco da Colônia e saiba por quê ele decidiu por seu afastamento da frente de luta, preservando a vida de outros líderes locais. Os parênteses do texto são de responsabilidade de nossa editoria.
Querido amigo de luta. Saiba que durante estes longos meses de resistências adquiri um grande amigo bom e fiel. Porém, amigo estou encurralado, ameaçado de morte junto com o Isaque (Presidente eleito da Associação dos Moradores da Colônia Antonio Aleixo). Estive conversando com os Bispos (da Arquidiocese de Manaus) que pediram para que eu me afastasse da Colônia, mas antes, fizesse a denuncia na policia Federal para dar proteção aos lideres da comunidade e viajar por um tempo.
Neste final de semana já fiz reunião com os lideres da Paróquia para fazer a transição da minha saída, estarei viajando na quarta-feira (2/9). Na oportunidade, quero aproveitar junto com o movimento S.O.S Encontro das Águas a denúncia nos jornais do que está acontecendo e informar sobre as ameaças que estamos sofrendo. Na quarta-feira (26/8) fui assaltado junto com o Pe. Sabino e o Pe. Hudson na nossa casa por 4 bandidos armados. Na delegacia foi feita a denuncia a polícia, mas como sempre, nada. Os mesmos bandidos continuaram a me seguir na sexta-feira (28/8) quando voltava pra casa da Colônia.
A situação de ameaça ficou mais séria depois que aconteceu o cancelamento das Audiências Públicas e o povo do Careiro colocou o povo pra correr. O grupo ligado à construção do Porto das Lajes está ameaçando de morte às lideranças da Associação eleita da Colônia Antonio Aleixo e neste jogo está acontecendo estes fatos comigo. Soube também na sexta-feira, antes de sair da Colônia, quando estava reunidos com os comunitários do 11 de maio, através de um senhor lá do flutuante, que existe uma intenção de fato para matar o Isaque e o Padre.
Qual a proposta diante deste fato? A orientação é chamar atenção da população e do MPE (Ministério Público Estadual) e MPF (Ministério Público Federal) através de uma denuncia escrita e depois na imprensa escrita e televisionada. Preciso fazer isto na terça-feira (1/9) para que na quarta viaje tranqüilo. Estou sem telefone de contato e sem computador os bandidos levaram tudo. Este ato covarde que leva a me afastar da região é para dizer que a partir de agora é papel do MPE e MPF fazerem a parte deles e que não aconteça a morte de nenhuma liderança. Preciso do Apoio da Elisa, Rogelio e do seu para promover a ARTICULAÇÃO. SAIBA QUE ESTOU SEM O TELEFONE DE NÍNGUÉM.
Mas, a luta há de continuar... e que Deus abençoe a todos nós.

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