
As práticas políticas provocam nos seus intérpretes múltiplas representações às vezes para explicar ou para confundir determinadas opções partidárias manifesta pelo comportamento de suas lideranças. A prática do PT não é diferente.
Por ordem do “companheiro Lula” o PT nacional bateu martelo em favor de um palanque único em todo território nacional. No norte do Brasil, o cumprimento dessa ordem está difícil de ser operacionalizada e cumprida devida as relações oligárquicas regionais e, sobretudo, pelo compromisso que o partido assumiu com tais lideranças, inclusive, participando não só das eleições, mas da própria máquina administrativa dos candidatos eleitos.
Nada contra. No entanto, o PT no Amazonas até hoje, não se constituiu como um partido de densidade eleitoral construindo um projeto próprio de poder. Ao contrário, o partido tem servido de escada para eleger candidatos que até pouco tempo eram espúrios as alianças da classe trabalhadora. O novo foco do partido tem sido as massas, o que minimiza seu viés ideológico em proveito das benesses do poder.
No Amazonas, está comprovado que a vitória estrondosa do “companheiro Lula” não foi mérito do seu partido. Sua aceitação popular também não. O PT no Estado pouco ou quase nada tem feito para merecer da Direção Nacional respeito e confiança. A presença do José Dirceu por essas paragens é prova inconteste de que os dirigentes locais são inconfiáveis e oportunistas.
Mas, a ordem é construir um palanque único. E como o PT no Amazonas não tem projeto de poder, bem diferente dos dirigentes que pretendem continuar mamando nas tetas do governo, o seu comportamento tem sido reprovável pela Direção Nacional.
Por isso, impera o torniquete político como instrumento real e objetivo para asfixiar os arrivistas que por vezes instrumentalizaram o partido e de forma vacilantes descuidaram de investir em candidatura própria tanto para o parlamento como para o executivo municipal e estadual.
Ademais, a ordem do dia da Direção Nacional torna-se lei no Amazonas porque o partido não tem capital eleitoral para contrapor o mando. E, assim como a tendência dominante transformou o PT no partido de massa irá também, conceituar sua agremiação pelos ditames do centralismo democrático, primando por resultados quantitativos eleitorais. É a velha regra: quem não tem projeto marcha à sombra do outro.
No entanto, a institucionalização do palanque único, embora esteja respaldado no mando de campo do “companheiro Lula” pode implodir o PT, transformando-o num meteoro perdido no universo eleitoral pronto a desabar, causando graves danos na candidatura majoritária do partido.
Pior do que o palanque único é a prática política fundada no pensamento único - “onde não se pensa, faz” - convertendo seus militantes em tarefeiros do comando dirigente. Dessa feita, imobiliza e reduz o partido no autoritarismo das instituições totais.
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