quinta-feira, 22 de abril de 2010

TV ABERTA NO AMAZONAS E A PROGRAMAÇÃO UNIVERSITÁRIA

Os canais abertos de TV no Amazonas, pouco ou quase nada fizeram para contribuir com a produção do conhecimento numa perspectiva social, investindo na qualidade temática dos programas, que promovam a formação e a valorização da cultura do povo dessas paragens. Bem que poderiam fazê-los se não vendessem seus horários para os justiceiros da mídia, que transformam os meios em cenários populistas e cinicamente manipulam a miséria do povo visando unicamente resultados eleitoreiros.

Saibam que esses canais de TV são concessões amparadas pela Constituição Federal (Art. 21, XII, a) e que, em seus contratos temporais estão lavrados termos de responsabilidades desses prepostos quanto à prestação de serviço de boa qualidade em atenção à formação e a informação, devendo ser, por sua vez suprapartidários e impessoais.

No entanto, agem como se fossem donos e promovem uma cultura patrimonialista afrontando o povo com programações descabidas, violentando a ordem constitucional prescrita em seu Art. 221, quando afirma que: “A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I – preferência a finalidade educativas, artísticas, culturais e informativas; II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

A produção desses canais de TV no Amazonas, com certas exceções, virou caso de polícia, agregando forças políticas eleitoreiras sob guarda da banda podre dessa guarnição que deveria servir de guarida para o povo. Ao contrário, suspeita-se até que sob seu manto cresce nesse meio a lavagem de dinheiro, o crime e o avanço do narcotráfico.

TVUFAM

Nesse contexto da desinformação foram criados os canais a cabo para atender determinados interesses de segmentos sociais corporativos às vezes com o mesmo viés da TV aberta, o que é um grande equívoco.

A TVUFAM, impropriamente assim denominada, deve ser expressão do segmento Universitário do Amazonas. Por isso, a designação mais apropriada é de uma TV Universitária, agregando todas as forças acadêmicas local para oferecer ao público de Manaus o melhor de sua produção científica e paradidática.

Contudo, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) tomou para si tal responsabilidade e há cinco anos - via NET - vem gerenciando esse instrumento sob a sua marca. No entanto, seus gestores estão fazendo todos os esforços para agregar as demais Instituições de Ensino Superior no Amazonas para compartilhar responsabilidades e competências.

A soma desses esforços deverá sem dúvida gerar um canal alternativo capaz de oferecer programação de qualidade ao público da NET. Entretanto, lamenta-se que a empresa não tenha ampliado sua rede nos bairros de Manaus, restringindo cada vez mais o seu acesso.

Enquanto isso, a TVUFAM reclama por um projeto de TV Universitária, o que implica diretamente em novos investimentos e na atuação de novos parceiros. Em seu plano estratégico, até junho a locação da TV estará inserida no complexo do Campus Universitário, oferecendo melhores condições de trabalho para seus produtores culturais.

O NCPAM, em parceria com a TVUFAM Canal 7 analógico e 27 digital pela NET, todas as sextas-feiras às 19h tem produzido e apresentado o Programa Na Terra de Ajuricaba. Programa de debate centrado no desenvolvimento sustentável e cognitivo, visando compreender a formulação dos problemas sociais, culturais e econômicos com propósito de contribuir para o controle social das políticas públicas.

Nessa sexta-feira (23), o debate é sobre a História Social da Amazônia com o professor Luis Balkar Sa Peixoto Pinheiro, do Departamento de História da UFAM. O professor Balkar estará debatendo com o professor Ademir Ramos, apresentador do Programa Na Terra de Ajuricaba, sobre os seguintes temas: Trabalho, Movimentos sociais, Cabanagem, Imprensa, visando compreender a História da Amazônia na interlocução com os demais campos das Ciências Sociais.

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