quinta-feira, 5 de março de 2009

CARIJÓ CANTA FINO PARA OS EMPRESÁRIOS

Uma hora antes da Audiência Pública se realizar na Câmara Municipal de Manaus, nesta quinta-feira (5), o presidente da casa Luis Alberto Carijó comunicou o presidente da Comissão do Meio Ambiente, vereador Mário Barros, que a sessão estava suspensa, alegando que os empresários da Log-in Logística intermodal, empresa construtora do Porto das Lajes, não tinham sido comunicados em tempo hábil. O Carijó, segundo sua assessoria, “agiu embasado no princípio de isonomia.”

Perguntado ao outro assessor o que significava isto, ele respondeu que deveria ser algo referente “a valores iguais a montante requerido.” Todos eles não quiseram se identificar.

No entanto, quando indagamos um dos comunitários do Lago do Aleixo, ele foi bem objetivo: “acho que isto quer dizer grana, que pode ter sido prometido para o Carijó cantar grosso aqui e afinar para os empresários.”
O NCPAM, buscando entender os fatos ouviu o autor do requerimento da Audiência Pública, o vereador Marcelo Ramos, quanto à suspensão da sessão, dizendo que a presidência da casa passou a rasteira foi no povo da Colônia Antonio Aleixo e nos Amigos de Manaus, porque esta causa “não é minha é nossa, e todos manauaras querem saber o que está acontecendo por trás desses fatos. Os interesses que movem os homens e quem são esses homens?”, indaga.

Marcelo Ramos explicou ainda, que os convites da Audiência Pública foram repassados para o Carijó, no dia 26 passado, “como é de praxe, ele deveria assinar e enviar a mais de 30 organizações, entre as quais os empresários da Log-in, como parte do processo de discussão.” Só agora, conclui o vereador, “uma hora antes do início da Audiência fomos informados que a sessão estaria suspensa por motivo alheio a minha vontade.”

O NCPAM também ouviu o vereador Mário Frota como parte interessado na luta contra o Porto das Lajes. Para ele, não tem outra explicação, “trata-se de um ato autoritário” que beneficia somente os predadores do nosso patrimônio cultural. O fato requer investigação imediata para se identificar as razões que moveram o Carijó a afinar para os empresários das Lajes.
De pronto, o vereador Marcelo Ramos foi convidado pelo Ministério Público Federal a comparecer no dia 10 de março, às 10 horas, na Procuradoria da República do Amazonas, para se inteirar do processo que tramita naquela Corte contra a construção do Porto e retomar a luta na Câmara Municipal de Manaus, propondo a criação da Frente Parlamentar Contra o Porto das Lajes, é o que esperam os moradores do Lago do Aleixo.

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