segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CHIBATÃO DERRUBADO PELAS ÁGUAS DO RIO NEGRO

O Porto Chibatão, localizado na Zona Sul de Manaus, foi derrubado na tarde de ontem (17) pela força das águas do rio Negro. Chibatão é um dos principais portos privados de Manaus por onde circula todo produto do Pólo Industrial da Zona Franca. Na própria imagem em tela pode-se identificar o Super Terminal Comércio e Indústria Ltda. e logo abaixo também à margem esquerda está o antigo Porto Flutuante de Manaus. O Chibatão, onde ocorreu o deslizamento, fica a 3 km, da linha divisória do Encontro das Águas, dos rios Negro com o Solimões, fenômeno natural e cultural, em processo de Tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) com apelo do Ministério Público e aval do Movimento S.O.S. Encontro das Águas. A reconstrução da obra do Porto do Chibatão deverá ser monitorada pelo IPHAN, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Ministério Público e pelo Movimento S.O.S. Encontro das Águas, em cumprimento aos procedimentos e ditames legais que protegem o meio ambiente, sobretudo, o valor estético, o paisagismo e a biodiversidade do nosso Encontro das Águas.

http://www.d24am.com/noticias/amazonas/caminhoneiro-diz-ter-visto-rachaduras-no-patio-do-chibatao/9404 Pode-se conferir o tamanho do acidente ocorrido ontem no Porto Chibatão envolvendo centenas de conteineres, emplilhadeiras, outros equipamentos portuários e morte dos trabalhadores.

O foto jornalísmo tornou-se relevante por adensar em seu foco o fato ocorrido, traduzindo com detalhes a dimensão do acidente.

A derrubada do Porto Chibatão pela águas do rio Negro, segundo os especialistas que se pronunciaram até agora, não resulta de um fenômeno natural porque o Negro é um rio constituído em sua formação geológica bem ao contrário do rio Solimões, que está em formação e cada vez que se movimenta provoca derrubada de terras e mobilização de sedimentos. O acidente pode ser resultado da "estupidez humana" que não respeitou a formação geológica local e muito menos a especificidade da obra em função do serviço prestado. O ocorrido deve despertar os agentes públicos para as gambiarras que são feitas em nome do desenvolvimento, violando à responsabilidade ambiental e de terraplenagem. Todo o mérito a cobertura jornalística local e, principalmente, ao fotógrafo de a Crítica, Euzivaldo Queiroz, que condensou em suas fotos o flagrante do acidente provocando espanto e admiração.

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