quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A MESA DAS SETE CADEIRAS

Ellza Souza (*)

Era um importante evento. O local é pomposo como os seus freqüentadores. O auditório Deputado Belarmino Lins é um grande salão acarpetado com muitas cadeiras forradas de verde. Dois telões emolduram o local. Três bandeiras enfeitam o espaço. No palco uma grande mesa preta com o símbolo do Amazonas e duas “coroas” (pensei que isso era usado somente em ocasiões fúnebres) coloridas ornamentando a mesa e as pessoas que nela sentam. São sete (conta de mentiroso) bonitas cadeiras. Imponentes, escuras e forradas de couro legítimo, aparentemente. Tem uma que se destaca mais. Deve ser a do chefe e como foi bem observado pelos olhos atentos do Victor, o deputado que leva o nome do recinto é o próprio chefe da casa, ainda vivo. “Ele se auto homenageou”? Provavelmente Victor.

O merecedor de sentar numa cadeira dessas vai se sentir nas nuvens. Foi feita para costas e bundas especiais, acima de qualquer suspeita. Uma cadeira dessas deve custar uma pequena fortuna e lá em casa a minha cadeira de ferro vagabundo agüentou apenas seis meses. Essas são para a vida inteira, são feitas para durar até o dono enjoar.

O local foi lotando devagar. Conceição Sampaio, Rebeca Garcia, Belarmino Lins (ele existe mesmo), Jéferson Praia, Marcelo Ramos, Vanessa Graziottin, representante do Ministério do Meio Ambiente, Thiago de Melo, Luiz Castro, Pe. Guillermo, Antonio dos Santos da Rede Amazônica e o representante do governador, Daniel Borges.

A maioria dessas pessoas é merecedora de sentar nas cadeiras que mais parecem tronos. Sonho em sentar numa cadeira como essa. É o máximo que um cidadão pode almejar. Mais do que isso nem pensar. Depois das primeiras falas, o Belão foi embora. O evento perdeu a graça e eu perdi a inspiração. As belas cadeiras estão vazias. Ganhei o dia pois conheci ilustríssimos e excelentíssimos de perto. Como cidadã, estou feliz.

(*) É jornalista e colaboradora do NCPAM/UFAM.

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