terça-feira, 12 de outubro de 2010

VENDO E OUVINDO O POVO

Com a publicação do Edital de Notificação do Tombamento do Encontro das Águas no Diário Oficial da União, nesta segunda-feira (11), os meios de comunicação do Amazonas passaram a informar amplamente a população sobre o Ato e sua importância para conservação deste que é um dos patrimônios de nossa gente. Além das entrevistas das lideranças do Movimento S.O.S Encontro das Águas, a BAND foi até ao Porto da Ceasa para ouvir os amazonenses e saber o que eles pensam sobre a possibilidade de se construir um Porto privado nas imediações do nosso Encontro das Águas. Dos entrevistados todos foram contra porque acreditam que além de enfeiar o Encontro das Águas ameça diretamente o "ganha pão" deles porque esses homens e mulheres vivem do transporte de turistas. "É verdade mesmo...não, isso não pode ser", era o que diziam os entrevistados nesta manhã no Porto da Ceasa de Manaus. O fato estarrecedor é a desinformação do cidadão comum. Mais uma razão para que o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN), em parceria com o Ministério Público, promova imediatamente Audiências Públicas para esclarecer a população do Amazonas sobre o Ato de Tombamento do Encontro das Águas. Ou quem sabe a Câmara Municipal e a Assembléia Legislativa do Estado façam sua parte chamando para si a responsabilidade de discutir amplamente a matéria enquanto há tempo senão o Superintendente do IPHAN decide à revelia do povo do Amazonas, contrariando interesse público. E o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus vão continuar com cara de paisagem. Saiba que a omissão é crime!!!!

O Porto da Ceasa é de onde sai a balsa para o município do Careiro, fazendo a conexão para estrada Manaus-Porto Velho. Na oportunidade, todos reclamavam também das péssimas condições do serviço prestado, acusando o governo de tamanho descaso, principalmente nesse momento da seca. Encontramos gente com mais de dois dias preso no Porto por falta de suporte das balsas que fazem a travessia. O serviço vai de mal a pior.

Os moradores que muito precisam dessa mediação entre Manaus e o Careiro, não podendo atravessar nas balsas recorrem ao expresso, que é o transporte mais rápido e com certa segurança. Contudo, esses gastos provoca um sensível furo na economia popular desses usuários, gerando mais necessidades aos moradores do local. A grita é geral, mas o descaso continua.

O desembarque em Manaus se dá nestas condições. Não tendo o mínimo conforto e muito menos segurança. E tudo isso ocorre no entorno do Encontro das Águas que segundo os moradores entrevistados é muito mais do que um sinal é uma marca da identidade do povo do Amazonas. Por isso, o seu Tombamento deve ser feito com transparência e responsabilidade seguido de um plano de gestão socioambiental participativo.

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