terça-feira, 5 de outubro de 2010

NOVA ENGENHARIA POLÍTICA NO ACRE

Luciney Araújo (*)

Passadas as eleições gerais de 2010, A Frente Popular do Acrea (FPA) saiu vitoriosa, mas o alerta vermelho foi acesso e novos rumos deverão ser pensados para futuros pleitos. Muito disse me disse nos bastidores contribuíram para uma derrota apertada do candidato petista Tião Viana.

A região do Vale do Acre representou para os quadros da FPA derrota, com vitórias apenas nas cidades de Epitaciolândia, Xapuri e Assis Brasil (ambas com diferença mínima) e derrota nas demais cidades incluindo a Capital Rio Branco, mostraram que novas políticas devem ser aplicadas no Acre.

A vitória no pleito só pode ser comemorada depois que 94% das urnas foram apuradas, e mostrou certa surpresa. Enquanto pesquisas demonstravam uma vitória esmagadora o que se viu foi um verdadeiro aperto. A diferença foi de pouco mais de 1%, o que mostra que a hegemonia criada pelo PT no Estado está abalada.

Vamos voltar um pouco no tempo para entender melhor o que ocorreu. Ainda durante o Governo Binho Marques, a engenharia foi sendo construídas, nomes como o de Dr Julinho (PV) e Fernando Melo (PT) foram postos a mesa para concorrerem ao Senado. Uma das vagas estava destinada ao ex-governado Jorge Viana (PT) e uma segunda vaga a um candidato oriundo do PC do B.

Com uma disputa interna acirrada, o Deputado Federal Sérgio Petecão (PMN) e o PMDB, se desligam da FPA, Petecão, lança sua candidatura ao Senado e o PMDB vai fortalecer as bases da Oposição.

As cartas estavam na mesa, e foi dada a então campanha eleitoral. Com uma política de acusações e vazio de propostas, o Candidato Tucano Tião Bocalom consegue apoio da comunidade evangélica e de partidos como o PMN e PMDB e de algumas das principais prefeituras como a de Feijó e Cruzeiro do Sul, polarizando assim a disputa eleitoral.

Os debates tanto na TV quanto as entrevistas nas rádios, mostraram que a popularidade do Candidato Petecão aliado ao discurso raivoso e com idéias ruralista de Tião Bocalom apontavam que a disputa seria acirrada.

Mas se pensarmos nas falhas cometidas pela FPA, devemos lembrar que antes da Campanha, as disputas internas contribuíram para o fortalecimento da oposição e que questões como a alteração do fuso-horário pesaram contra Tião Viana.

Apesar da vitória apertada, a FPA venceu as eleições e ao mesmo tempo saiu derrotada, pois como em tempos passados que chegava a eleger grande maioria nas Camaras Federal e Estadual, vê suas bases divididas e com apenas dois senadores, e nem mesmo a incansável aparição do Lula, Dilma e Marina não deram o impulso que esperava os candidatos da FPA.

O que se resta agora é repensar as políticas públicas no Acre, fortalecer suas bases, pois nas próximas eleições a oposição virá com muita força, e aquela idéia ruralista de derrubada da Amazônia passará a assolar novamente as terras de Chico Mendes.

(*) É cientista social baseado no Acre.

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