segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MOACYR ANDRADE A CORES E EM RITMO DE VIVALDI


Ellza Souza (*)

Quem foi, viu, ouviu e se emocionou diante de uma apresentação tão linda. O quinteto de cordas formado por Kimberly, Wesley, Thiago, Diego, Gustavo, alunos do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro deram um show que sensibilizou a todos que estavam no salão nobre do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (Igha). Na manhã um pouco chuvosa de 23 de outubro, como parte das festividades pelo aniversário de Manaus que completou 341 verões bem vividos, acontecia no local o lançamento do livro “Moacyr de todas as cores”, de minha autoria. Como disse no “discurso” Moacir é a cara de Manaus. Nem glória e nem dinheiro o fizeram se afastar da cidade onde nasceu. E olha que ele foi reconhecido no mundo inteiro.

Fiz com carinho esse trabalho por considerar Moacir Andrade o artista da inquietação. Não só desenhou, fez projetou de grandes construções, ensinou. Na verdade pintou e bordou. Fez de um tudo como dizia minha avó. Ouvindo suas intrigantes histórias surgiu a idéia do livro e depois de algumas dificuldades de percalço, saiu a cria. Não podem jamais cair no esquecimento as histórias de vida e da arte de um artista assim, inquietantemente criativo.

A sala estava lotada. Bernardo Cabral, Marcus Barros, Armando Menezes, Arlindo Porto, desembargador Paulo Feitosa, Cleomar Feitosa, Jaime Pereira, Pedro Lindoso, Ademir Ramos, Benayas, Geraldo dos Anjos (presidente do Igha), o próprio Moacir Andrade e outros formavam o grupo dos ilustres. Estavam presentes na platéia os amigos e os parentes que não podiam faltar. Minha mãe garbosa até fez novas amizades com as quais pretende desenvolver uma troca de produtos regionais como andiroba e mel de abelha. Recebi de todos caloroso apoio, felicitações, elogios e me senti profundamente feliz.

Logo que cheguei, um pouco mais cedo dei de cara com a mídia. Essa é a parte da história que me assusta um pouco. Desde criancinha nunca gostei nem de tirar foto quanto mais falar para uma câmera. Mas ao ver que não tinha jeito encarei o desafio. Isso antes de começar a festa. Ainda bem.

Na sala numa espécie de púlpito, que aliás encantou meu sobrinho Luciano por lembrar-lhe o tribunal, sentou Moacir, Geraldo dos Anjos, eu e o Jaime Pereira que representava a Secretaria de Cultura do município. Como no livro, o Arlindo falou de Moacir e o Moacir falou do Arlindo, em gratas recordações da infância. Essas lembranças levaram a platéia a dar boas risadas.

Precisava dar a esse dia tão especial, um toque de contos de fadas. O que fazer? Queria muito alguém que tocasse violino. Procurei o Liceu e soube do quinteto maravilhoso de cordas composto por uma menina e quatro meninos na faixa dos 15, 16 anos e que tinham tudo a ver com o livro. O pai de Moacir Andrade era pedreiro e tocava flauta. Fazia parte de um quinteto também e levava o garoto para os saraus. Kimberly, Wesley, Thiago, Diego, Gustavo foram as estrelas da festa. Fizeram vários contatos, profissionais e pessoais. Aumentaram sua legião de fãs. Claro que os pequenos músicos têm a competente supervisão de Helena, que concordou com a apresentação do quinteto.

Assim, encerrando os procedimentos oficiais de lançamento, a música de Vivaldi inundou o ambiente. Foram três peças musicais escolhidas pelos artistas que deixou a todos mudos de felicidade. Soube de gente que não conteve as lágrimas, alguns ficaram embargados pela alegria, todos estavam atentos a tão preciosa apresentação. Foi lindo de engasgar.

Em seguida aconteceu um coquetel em que eu passei debaixo da mesa. Sem ser Ana Maria não deu nem para fazer o huuuuuummmmmmm...Dancei nos salgadinhos. Ainda bem que ao som de Vivaldi que não me saía da cabeça e do coração.

(*) É escritora, jornalista e colaboradora do NCPAM/UFAM.

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