sexta-feira, 15 de outubro de 2010

VIVAS AOS PROFESSORES


O jornal A Crítica de hoje, em seu editorial prestou homenagem aos professores chamando a si o reconhecimento dessa categoria profissional, como sustentação de uma uma prática pedagógica reflexiva devendo ser mais respeitada pelos governantes, que são os formuladores de políticas públicas. Na Universidade Federal do Amazonas, a data foi lembrada pela Associação dos Docentes (ADUA), que como nos velhos tempos organizou um Ato Político-Cultural no ICHL pela dignidade da Docência e por melhorias em suas condições de vida e trabalhos dos professsores. Na oportunidade a nova direção da ADUA lançou o manifesto do ANDES-Sindicato Nancional, declarando que os professores não querem "a domesticação do inédito, a neutralização do instigante, o controle do que pode ou não ser pensado. Queremos, isto sim, com a participação ampla de cada colega docente, potencializar debate, ações e providências que nos tornem, individual e coletivamente, sujeitos da história e dos rumos do nosso trabalho". Pois, o trabalho intelectual, segundo o manifesto "se diferencia da experiência imediata porque a questiona e busca compreendê-la, interpretando-a, pesquisando-a e refletindo sobre suas origens, formas, sentidos e direções possíveis ou necessárias". No Ato público a ADUA filiada a ANDES homenageou o professor e historiador social, Aloísio Nogueira, que se declarou indignado contra a forma como os governos tem tratado a escola pública no Amazonas, assim como o "desmonte" feito nas Universidades brasileiras em direção a privatização. Leia a Opinião de A Crítica abaixo e manifeste também sua indignação contra o desmantelo da Educação Nacional.

A educação é, certamente, a melhor forma de inclusão social e não há nada que se assemelha a uma boa formação tecno-cultural de um povo quando se pensa em tornar um País grande, desenvolvido e independente. Neste aspecto, a base de todo o processo tem nome: Professor.

Ocorre que nas últimas décadas a figura altiva do professor enfrentou constantes desgastes tanto no perfil intelectual quanto no bolso dos dedicados mestres. De atividade nobre, respeitada e de grande influência na sociedade, o educador tornou-se desgraçadamente apenas “um fardo” a ser carregado por alunos e massa de manobra mantida pelo Estado.

Os alunos, cada dia mais e por motivos vários, desrespeitam progressivamente seus professores e o aumento nos índices de violência dentro e fora das escolas é a prova cabal desta infeliz situação. Nas periferias é comum professores serem agredidos ou ameaçados pelos alunos num processo crescente de enfrentamento.

Em passado não muito distante, eram amados e reconhecidos. Já o Estado não dispensa tratamento melhor aos educadores. Estes são submetidos a uma política salarial escorchante, que mal lhe garante o pagamento das contas e o necessário acesso a conteúdos intelectuais de ponta. Pior é que uma malta se aproveita da categoria para alimentar currais eleitorais e manter o “status quo” precário a qual estão submetidos os mestres.

Neste cenário, o Dia dos Professores que se comemora hoje seria melhor aproveitado se ao invés de festas nas escolas, quando premiações e afagos são distribuídos, tivéssemos a oportunidade de refletir sobre a situação caótica a qual chegou esta categoria profissional, base, como dito mais cedo, de todo processo que se queira inaugurar visando o desenvolvimento pleno de uma Nação. No caso da iniciativa privada a situação é pouco melhor, mas não é ainda o “paraíso” necessário ao desempenho de mestres de futuras gerações.

Neste sentido, nos parece que em boa hora os candidatos a Presidência da República recebem hoje a carta-compromisso “Pela garantia do direito à Educação de qualidade”. Elaborada com a colaboração de 30 entidades representativas da sociedade civil, a carta propõe quatro pontos fundamentais: Ampliação do financiamento da Educação pública; Valorização dos profissionais da Educação; Gestão democrática e Aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação. Que o vencedor opte por cumprir tais compromissos.

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