quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A TRAGÉDIA DA VIDA E O DRAMA SOCIAL

O resgate dos mineiros chilenos invadiu nossa intimidade, fazendo ver o quanto os homens são capazes de redimensionar suas práticas numa perspectiva salvífica. O Cenário apresentado pela mídia condensava diversos ícones significantes denunciando valores adensados em representações diversas capazes de mobilizar Sociedade e Estado para o amparo da vida.

A metáfora construída é a “parição” dos homens do útero da mãe terra mediado pela tecnologia que, como braço humano se estende até os confins para amparar os soterrados, excluídos e resgatados para o enlace das famílias e da sociedade.

Paridos da terra, sobreviventes das péssimas condições de trabalho em que se encontravam, os mineiros chilenos voltam à realidade social sob os holofotes da mídia. Nesse outro mundo impera sobre eles a necessidade, o sofrimento, a dor e a escuridão da desigualdade social e do conhecimento.

E então, entre o acidente e o necessário os mineiros salvos transformam-se em sujeitos da tragédia da condição humana, espantando-se com o fantasma da morte e a promessa da vida, não mais no fosso da mina, mas na ausência das relações sociais, opaco e sem brilho como a miséria se apresenta, reduzindo os homens no espantalho da sociedade sem brilho e capacidade de se admirar no mundo.

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