sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PARA SE INDIGNAR

Enquanto os candidatos discutem o que fazer e como fazer para desenvolver a Amazônia, os fatos denunciam o descaso em que vivem o povo desse território, que por omissão, descasso e corrupção encontram-se sob força da natureza. Pior do que o nordeste brasileiro, aqui os oportunistas criaram a indústria da cheia e da seca, desviando recurso público para suprir a necessidade dos moradores que vivem e moram no interior da floresta às margens dos rios. Quase sempre o recurso fica pelo meio do caminho e o principal interessado recorre aos impulsos para saciar a sede e satisfazer a fome. Na seca, como é o caso agora, os desvalidos da floresta saqueiam as praias, naturais berçarios das tartarugas, para cavar os ovos e matá-las para o seu sustento. É o homem canibal embrutecido pela miséria que depreda e mata por força da necessidade.

A mulher esta escavando a praia para retirar os ovos da tartaruga que, por sua vez, de forma inerte e com a cabeça erguida assiste a tudo sem força para impedir a ação predadora que age contra a vida. Na miséria existencial o relativismo impera e os homens se nivelam aos predadores naturais.

Milhares de ovos de tartarugas foram e continuam sendo saqueados na Amazônia talvez para suprir a fome ou quem sabe para ser vendido no mercado clandestino que alimenta este crime. As imagens circulam na rede, mas o pior é se deparar com o fato sem poder impedir. Não basta gritar, decretar é preciso instituir os meios necessários para se construir um processo que promova a sustentabilidade em equilíbrio com o meio ambiente. No momento, reclamamos da falta de políticas públicas estruturantes, bem como de governantes que tenham compromisso com a questão sócioambiental para promover programas e projetos capazes de barrar a curto prazo estes e outros crimes contra a mãe natureza.

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