terça-feira, 28 de julho de 2009

ASSEMBLÉIA DA COIAB ESCOLHE NOVA COORDENAÇÃO



No dia 22 Julho (quarta-feira) na Aldeia São José, município de Montes Altos Terra Indígena Krikati estado do Maranhão, cerca de 170 delegados indígenas representando os 09 estados de abrangência da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) elegeram a nova coordenação executiva da COIAB.

Com 148 votos a favor e 18 contra, Antônio Marcos Alcântara de Oliveira Apurinã – Rondônia foi eleito o novo coordenador geral da COIAB, logo após ocorreu à eleição para vice-coordenador(a), quando se elegeu Sonia Bone Guajajara – Maranhão com 106 votos a favor e 63 contra.

A eleição para o cargo de secretario (a) da COIAB foi eleito Cleiton Javaé – Tocantins, com 84 votos a favor e 74 contra. Para o cargo de tesoureiro da COIAB foi eleito Kleber Luiz Santo dos Santos Karipuna – Amapá, com 99 votos a favor e 63 votos contra.

A eleição foi conduzida pelo coordenador executivo da APOINME, Zé de Santa; a advogada indígena Fernanda Kaingang e o representante da COICA, Diego Escobar. Momento antes da eleição foi aprovado pela Plenária e todos os delgados presentes que a nova coordenação executiva da COIAB e o Conselho Deliberativo Fiscal (CONDEF) terão mandato de quatro anos, ao invés dos atuais três anos. Nesta quinta-feira, a Assembléia avalia a proposta de novo Estatuto que não deve afetar a decisão, uma vez que a Plenária é soberana.

A IX Assembléia da COIAB teve inicio na segunda-feira (20) momento de celebração dos 20 anos da entidade. O principal objetivo desta Assembléia era deliberar sobre a proposta de avaliação do movimento indígena amazônico, revisar e aprovar o estatuto, eleger os novos coordenadores e ainda discutir a conjuntura política indígena, direitos humanos, impacto de mega projetos nas terras indígenas e mudanças climáticas, entre outros temas em pauta.

Mulheres indígenas: Durante o período de preparação da Assembléia, na véspera do encontro, já na aldeia São José, aconteceu o III Encontro de Mulheres indígenas da Amazônia, no qual foi definida a criação de uma organização autônoma de mulheres, que atuará de forma independente, em estreita parceria com a COIAB, e que foi denominada União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB).

Foram eleitas para a UMIAB: Concerlei Sumpré Xerente (coordenadora-geral). Edilene Krikati (vice-coordenadora), Matilde Madikai (coordenadora), Letícia Luiza Yawanawa (coordenadora). A iniciativa para a criação da nova organização nasceu a partir do
Departamento de Mulheres da COIAB, coordenado por Maria Miquelina Machado Tukano. “Este foi um dos maiores avanços das mulheres indígenas da Amazônia na última década, mas precisamos sempre melhorar e qualificar o trabalho. A UMIAB me deixa bem animada e motivada quanto a isso. A nossa nova organização veio para somar com o trabalho que já vem sendo feito pela COIAB com as mulheres indígenas”, afirmou.

A UMIAB terá como primeiro desafio se firmar junto aos parceiros do movimento indígena e buscar recursos para as ações da organização, que inicialmente funcionará na sede da COIAB em Manaus, onde todas as coordenadoras irão trabalhar, com exceção da representante que será responsável pelas articulações em Brasília. Para o cargo foi eleita Geici Mura, do Amazonas.

Eleição do Conselho Fiscal: No mesmo período houve também a eleição do Conselho Deliberativo Fiscal (CONDEF), que discutiu uma proposta de novo Estatuto para a COIAB, que será apreciado durante a assembléia. O CONDEF é o responsável pela fiscalização e aplicação dos recursos financeiros da COIAB. Para a nova diretoria foram escolhidos Agnelo Xavante, reeleito para a presidência; Letícia Luiza Yawanawa, vice-presidente; Ivan Guarani, secretário-geral e Maximiliano Tukano, assessor do presidente.

Agnelo Xavante disse estar satisfeito com a reeleição, fez uma análise do último mandato e falou do que espera de agora em diante “Nos últimos anos precisei pressionar bastante para melhorar a atuação e participação do CONDEF nos assuntos da COIAB. Minha intenção agora é buscar, junto com os novos conselheiros, ainda mais rigidez no cumprimento das deliberações do conselho para podermos melhorar ainda mais. Até um ano e meio atrás, tive muita dificuldade em fiscalizar a aplicação de recursos, o que já melhorou 50% de lá pra cá. Agora temos que chegar a 100% com total transparência na entrada de recursos nas organizações, o que precisa ser informado pelos coordenadores ao CONDEF. A minha expectativa é avançar nisso, para podermos enfrentar os novos desafios”, afirmou.

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