Leandro Prazeres
A conclusão da tomada de água da Ponta das Lajes está ameaçada. O Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) pediu a paralisação imediata das obras da tomada de água da Ponta das Lajes, que estão sendo executadas pelo Governo do Estado.
Segundo denúncia feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as empreiteiras destruíram parte do sítio arqueológico existente na área. O MPF-AM instaurou um inquérito civil público no último dia 15 de julho para apurar o caso e a paralisação das obras depende, agora, de uma decisão por parte da Justiça Federal.
A obra da tomada de águas da Ponta das Lajes começou a ser realizada no ano passado, faz parte do Programa de Ampliação do Abastecimento de Água de Manaus (Proama) e está orçada em R$ 249 milhões. É apontada pelo Governo do Estado como parte importante da solução do problema de falta de água na cidade de Manaus. Entretanto, funcionários do Iphan constataram que as obras de implantação dos dutos do complexo de captação e do píer onde ficarão as bombas de sucção de água destruíram sítios arqueológicos identificados e cadastrados há pelo menos 20 anos.
O superintendente do Iphan no Amazonas, André Bazzanella, não entende por que a Secretaria de Estado de Infra-Estrutura (Seinf) ignorou os estudos que identificaram os sítios arqueológicos no local da obra. “Eles sabiam que aquela era uma área de sítio. Antes do início das obras, eles mesmos realizaram estudos e, mesmo assim, mandaram executar a obra. Na minha opinião, isso foi negligência, no mínimo”, acusou Bazzanella.
Buzzanella explica que o local onde a obra está sendo executada fica dentro de uma área conhecida como Sítio Geológico das Lajes. Lá já foram encontradas urnas funerárias e farto material arqueológico com idade entre 700 e 1,3 mil anos. "
Fonte: Matéria publicada no Jornal A Critica do dia 29 de julho.
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