"Não dá mais para aguentar tanto desprezo pelos milhões de usuários."
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Manaus (Sinetram), na pessoa de seu presidente, Acir Gurgacz, pensa e age levando em conta que a população de Manaus é palhaça. Primeiro descumpre sistematicamente o contrato com o poder concedente, deixa de pagar os funcionários que fazem rodar o sistema, desfruta de isenção fiscal milionária. E para arrematar, no momento em que é cobrado pela Prefeitura, vem o senhor Gurgacz pedir menos gratuidade e tarifa maior. Tenha paciência senhor Gurgacz!
Como o senhor tem a desfaçatez de pedir aumento de tarifa com o péssimo serviço que as empresas que o senhor representa prestam a quase um milhão de manauenses? Como o senhor quer diminuir o número de gratuidades menos de dois meses após ter arrancado do Poder Público uma significativa diminuição no número de meias-passagens estudantis? Como o senhor vem falar em aumento de tarifa quando em cidades de porte semelhante a nossa as tarifas são menores? Tenha paciência senhor Gurgacz! Manaus não merece tanto descaramento!
A prefeitura, que hora age com o bom senso e no interesse do público usuário do sistema, precisa ser firme nos propósitos anunciados ontem e cobrar desse “pseudo-consórcio” Transmanaus soluções rápidas. Eles estão aqui há anos ganhando dinheiro, fazendo fortunas e pouca atenção dando aos anseios dos usuários. Onde estão os aparelhos de ar-condicionado? Onde estão os ônibus confortáveis? Onde estão os ônibus novos prometidos? A única alternativa que se apresenta, não é de hoje, é o poder concedente intervir no sistema. Não dá mais para aguentar tanto desprezo pelos milhões de usuários.
Por fim cabe também cobrar ação enérgica de órgãos como INSS e Receita Federal, tão pródigos na hora de fiscalizar e cobrar aqueles que mantêm seus pequenos negócios em dia, pois como revela sem a menor ruga no rosto o diretor executivo do mesmo Sinetram, senhor César Tadeu Teixeira, as empresas de ônibus não pagam INSS, PIS e COFINS há 14 meses, num montante que chega a R$ 30 milhões. Cabe também, com base nas palavras deste “césar” do transporte coletivo manauense, que a exemplo dos antigos imperadores romanos faz o que bem quer no sistema, cobrar dos órgãos de saúde pública uma postura dura, pois este reconhece que não faz a manutenção correta dos ônibus no que diz respeito à higiene e conservação.
Fonte: Editorial do Jornal A Crítica do dia 23 de julho.
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