sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

ACRE E AMAZONAS NO DIA DE COMBATE À HANSENÍASE

O Dia Mundial de Combate à Hanseníase é celebrado no último domingo (31) do mês de janeiro. Antecipando à data, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (MORHAN/Acre), preparou um extenso debate sobre o assunto na segunda-feira (25) passada.

O encontro aconteceu em Rio Branco, no auditório do SEBRAE centro, das 9 às 12 horas,contando com a participação das pessoas atingidas pela doença, seus familiares e a sociedade em geral. O movimento conta com a parceria da Central de Articulação das Entidades de Saúde (CADES) e o setor de Dermatologia de Estado do Acre.

O objetivo do debate foi auxiliar na prevenção e tratamento da doença e contra o preconceito. O encontro tem como tema central: “Tempo não é questão de dinheiro é questão de saúde”. A primeira palestra sobre Prevenção e Combate à hanseníase foi ministrada pela fisioterapeuta com especialidade em Insuficiência Respiratória e cardiovascular em UTI, Franciele Gomes.

Em seguida o médico William Jonh Woods fez sua explanação sobre o perfil epidemiológico da hanseníase. O secretário de comunicação do MORHAN, Elenil Silva também falou sobre os avanços na sociedade acreana por meio do referido movimento. Encerrando a programação, o chefe da Sessão de Reconhecimento do Direito do INSS, Gilberto Sales, prestou orientações sobre a implantação da Medida Provisória 373 junto à previdência.

O coordenador do MORHAN em Rio Branco, Elson Dias, lembrou ainda que as pessoas que foram acometidas pela doença e deixaram de buscar tratamento por sentir vergonha, não devem ser esquecidas. Mesmo assim, segundo ele, o diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível, já que a hanseníase pode causar incapacidade e deformidades físicas. “A questão estética pode se tornar um problema. O feio está associado ao mau, assim como o belo é bom. Mas a hanseníase não trás só manchas e deformidades, ela pode tornar a pessoa incapaz para o trabalho’, explicou.

Elson Dias faz questão de ressaltar que a hanseníase é uma doença que atinge os nervos e que a deformidades podem ser evitadas quando o diagnóstico é feito no início e o paciente recebe o tratamento imediato. “O objetivo da palestra é fazer com quer as pessoas, ao sentirem os primeiro sintomas da doença, procurem logo os centros de saúde para que os agentes e profissionais consigam identificar no estágio inicial”, orienta.

Outro objetivo das palestras, de acordo com o coordenador, foi levar informação à população para acabar de uma vez por todas com os mitos e preconceitos que ainda envolvem a questão. “Hoje o portador da doença não fica isolado. Ele leva uma vida normal. A doença não é transmitida por abraço, aperto de mão, talheres ou relação sexual. Por isso, não é preciso separar roupas, pratos e talheres, nada disso”, assegura.

Elson Dias frisa que a doença é transmitida por meio das vias respiratórias, ou seja, pela tosse ou espirro. Ele destaca: “A transmissão ocorre se a pessoa não estiver recebendo medicamentos”.

AMAZONAS

No Estado, a representante do MORHAN, Waldenora Cruz mobilizou os atingidos pela doença, que ainda hoje residem na Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste de Manaus, quando pela manhã (29), no Clube de Mães do Bairro, reuniram-se para avaliar a luta e fortalecer sua organização contra o preconceito e o descaso do governo quanto à saúde dessa gente e seu patrimônio cultural. Essa gente grita por respeito e dignidade. Além do descaso oficial, os moradores lutam também conta a empresa Log-In Logística Intermodal controlada pela mineradora Vale, que tudo tem feito para construir um Terminal Portuário nas imediações do Encontro das Águas (Rio Negro com Solimões), ameaçando ainda mais a qualidade de vida dos atingidos pela hanseníase.

Por todo o Brasil o MORHAN está organizando manifestação de apoio aos atingidos pela doença e exigindo dos governantes políticas públicas de qualidade, bem como respeito e dignidade para todos.

Fonte: MORHAN com a colaobração Val Sales do Acre - valsales@pagina20.com.br

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