Ademir Ramos (*)
Nos rios da minha infância temíamos por toda hora o oportunismo desses peixes amazônicos, não pelo seu tamanho, mas pela sua esperteza natural. No caso do candiru, o temor reside no poder de sua penetração deixando o cabra no desespero capaz de fazer coisa que Deus duvida. As piranhas, por sua vez, pela sua voracidade predadora, em segundo transformam em carcaça o corpo de sua presa.
Nessa batalha, quando o homem transgride as regras dos ecossistemas e passa a circular em terreno movediço, nadando nas águas dos rios da Amazônia, está sujeito aos acidentes de percurso, destacando entre eles, o ataque dos candirus por orifícios funcionais e a revolta das piranhas. Esta situação não tem hora, a qualquer momento a vitima pode ser você.
Vitimado ou não, homens, mulheres e crianças devem se proteger, garantindo sua integridade física. Para tanto, não transgredir as regas naturais é o melhor conselho, que se pode dar aos que pretendem banhar nos rios amazônicos porque para ambos os peixes, o homem torna-se a presa fácil, segundo os relatos ribeirinhos ouvidos na calada noite da floresta.
A situação é medonha tal qual o processo eleitoral presenciado no Amazonas. Nessas águas turbulentas, os candidatos ao Governo do Estado, em destaque nas pesquisas, são os mesmos, criando uma situação de ambigüidade. Nesse rio não entramos porque tem muita piranha e elas são vorazes, depredam o patrimônio público “do dia pra noite”, deixando o povo a ver navios ou sonhando com o que já teve. Na mesma extensão, nos deparamos com os candirus que penetram na alma do povo se alimentando das suas entranhas para a felicidade dos poderosos e a desgraça de nossa gente.
Eis o nosso dilema: Se ficar a piranha come e se mergulhar o candiru penetra. Que triste sina do povo do Amazonas. É praga do morubixaba da Ilha Encantada que, segundo Tonzinho Saunier, de saudosa memória, promoveu a despolitização e espalhou nessa terra uma política do empobrecimento moral, ético e intelectual de nossa gente. “Mano a leseira pega! Mas, a consciência pode ser parida”, sentenciava o Tonzinho.
Estas lideranças viciadas foram geradas por vias obscuras sob o manto do populismo e até hoje se perpetuam no poder, criando monstros como as piranhas, que disputam entre si a presa fácil que é o voto popular dos amazonenses. Por outro lado, sabe-se também, que o mal por si se destrói e que não há desgraça que dure para sempre. É nessa perspectiva política que acreditamos, apostando na possibilidade da mudança tendo por referência o julgamento popular nas urnas protestando contra a perversa desigualdade social, a falta de transparência da aplicação do recurso público, o péssimo serviço prestado a população quanto à educação, saúde, segurança, transporte coletivo, bem como o desmantelamento do Estado em favor dos interesses particulares para saquear o patrimônio público.
(*) Coordenador geral do NCPAM/UFAM.
Nos rios da minha infância temíamos por toda hora o oportunismo desses peixes amazônicos, não pelo seu tamanho, mas pela sua esperteza natural. No caso do candiru, o temor reside no poder de sua penetração deixando o cabra no desespero capaz de fazer coisa que Deus duvida. As piranhas, por sua vez, pela sua voracidade predadora, em segundo transformam em carcaça o corpo de sua presa.
Nessa batalha, quando o homem transgride as regras dos ecossistemas e passa a circular em terreno movediço, nadando nas águas dos rios da Amazônia, está sujeito aos acidentes de percurso, destacando entre eles, o ataque dos candirus por orifícios funcionais e a revolta das piranhas. Esta situação não tem hora, a qualquer momento a vitima pode ser você.
Vitimado ou não, homens, mulheres e crianças devem se proteger, garantindo sua integridade física. Para tanto, não transgredir as regas naturais é o melhor conselho, que se pode dar aos que pretendem banhar nos rios amazônicos porque para ambos os peixes, o homem torna-se a presa fácil, segundo os relatos ribeirinhos ouvidos na calada noite da floresta.
A situação é medonha tal qual o processo eleitoral presenciado no Amazonas. Nessas águas turbulentas, os candidatos ao Governo do Estado, em destaque nas pesquisas, são os mesmos, criando uma situação de ambigüidade. Nesse rio não entramos porque tem muita piranha e elas são vorazes, depredam o patrimônio público “do dia pra noite”, deixando o povo a ver navios ou sonhando com o que já teve. Na mesma extensão, nos deparamos com os candirus que penetram na alma do povo se alimentando das suas entranhas para a felicidade dos poderosos e a desgraça de nossa gente.
Eis o nosso dilema: Se ficar a piranha come e se mergulhar o candiru penetra. Que triste sina do povo do Amazonas. É praga do morubixaba da Ilha Encantada que, segundo Tonzinho Saunier, de saudosa memória, promoveu a despolitização e espalhou nessa terra uma política do empobrecimento moral, ético e intelectual de nossa gente. “Mano a leseira pega! Mas, a consciência pode ser parida”, sentenciava o Tonzinho.
Estas lideranças viciadas foram geradas por vias obscuras sob o manto do populismo e até hoje se perpetuam no poder, criando monstros como as piranhas, que disputam entre si a presa fácil que é o voto popular dos amazonenses. Por outro lado, sabe-se também, que o mal por si se destrói e que não há desgraça que dure para sempre. É nessa perspectiva política que acreditamos, apostando na possibilidade da mudança tendo por referência o julgamento popular nas urnas protestando contra a perversa desigualdade social, a falta de transparência da aplicação do recurso público, o péssimo serviço prestado a população quanto à educação, saúde, segurança, transporte coletivo, bem como o desmantelamento do Estado em favor dos interesses particulares para saquear o patrimônio público.
(*) Coordenador geral do NCPAM/UFAM.
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