sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

E A VIDA CONTINUA!!!

É verdade que os evolucionistas tentaram congelar a história e a própria vida, instituindo regras universais para explicar os fatos sociais, comportamentos e processo próprio de aprendizagem das culturas humanas. Louco daqueles que acreditaram e chegaram a transplantar esses modelos interpretativos para as ciências sociais e suas derivações. Nas colônias do pensamento periférico tal propósito chegou mesmo a ser exaltado como dogma, regrando condutas e instituindo a linearidade. No entanto, a vida e sua temporalidade são dialéticas, transformando o homem em protagonista do seu tempo e pela mesma razão sofrendo as intempéries existências, que são implacáveis.

Essa dimensão histórica fundamentada na temporalidade é que faz o homem ser tão grande quanto o sagrado porque vive para se reconstruir, negando a eternidade, a mesmice e toda grade formal da imobilidade aristotélica que se pautou no princípio da identidade por não compreender o movimento e sua diversidade. Dessa feita, pode-se afirmar categoricamente - "não se banha duas vezes no rio" - e que a história não se repete, mas em tempo, pode-se aprender com ela as lições do cotidiano abstraindo os conceitos e formulando teorias plausíveis na tentativa de comparar o rosto sagrado de Deus com as vicissitudes dos homens.

Fala-se com desenvoltura dessa realidade porque tanto os teóricos da patrística quanto os formuladores dos textos sagrados comparam o homem a Deus na tentativa de exaltar valores que somente os homens são dignos de viver e celebrar de forma diferente referenciado em suas culturas. Negar essa diversidade e suas formas de vida e pensamento é criar para os homens instituições capazes de amedrontá-los com os fantasmas do Estado ou de instituições afins.

Mas, a vida continua à revelia da escolástica dominante imprimindo nas coisas o sentido e o seu significado, que os homens formulam e traduzem em múltiplas linguagens a difundir pelo mundo em forma de arte, ciência, afetividade e outras manifestações exaltando a natureza humana às vezes prisioneira na caverna da existência, deixando seduzir por doce discurso que muito mais embriaga do que liberta tal como a relação alienante entre o senhor e o escravo.

E a vida continua não mais do jeito como eles querem, mas sobre o controle daqueles que lutam pela liberdade, igualdade social, pelo reordenamento das relações homem e natureza na perspectiva de se construir novos paradigmas que amparem a prática da cidadania, promovendo a crítica social como forma de subverter a ordem dominante fazendo o mundo girar contra o potentado devastador do monstro que se tornou sagrado para devorar os seus irmãos. A celebração das festas populares é depositária dessa sinergia subversiva que bem catalisada pode promover a alegria e a felicidade dos homens, promovendo mudança social contra acumulação perversa do capital e a desigualdade social que assusta a todos.

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