
A medida é para impedir que o futuro tombamento do Encontro das Águas, como patrimônio de relevância paisagística, ecológica, arqueológica,paleontológico, turística, científica e cultural, se torne inócuo, caso seja permitida a construção do empreendimento denominado Porto das Lajes.
O MPF/AM pede também que a Justiça determine ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) que suspenda o procedimento de licenciamento ambiental do empreendimento, até que seja definido qual o perímetro do Encontro das Águas a ser definitivamente tombado pelo Iphan como monumento natural, o que poderá inviabilizar a implantação do Porto das Lajes.
Além disso, a ação cautelar visa ainda obrigar que o Ipaam exerça o poder de polícia administrativa ambiental para impedir ou suspender qualquer ato material das empresas particulares interessadas, relativas ao prosseguimento do procedimento de licenciamento ambiental do empreendimento ou à realização física de atos de construção, início ou prosseguimento de quaisquer obras.
Intimidação da comunidade
Caso seja deferido o pedido liminar, os empresários também não poderão realizar qualquer contato, patrocínio, promoção de eventos, doações, e quaisquer outras medidas nas comunidadesa serem afetadas com a obra, até que se decida se o empreendimento poderá se instalar no local.
O objetivo é impedir a continuidade de ações de cooptação, intimidação e até mesmo violência contra membros das comunidades a serem atingidas pela obra, identificados pelo MPF/AM e em investigação pela Polícia Federal.
O MPF/AM pede ainda a fixação de multas diárias em valores que variam de cinco a dez mil reais, aos órgãos públicos e seus representantes, assim como às empresas e seus responsáveis, no caso de descumprimento de determinação que venha a ser estabelecida pela Justiça Federal em decorrência da ação, sem prejuízo de eventuais ações de improbidade administrativa.
Nº da ação para consulta na Justiça Federal: 2010.32.00.001541-4.
Fonte: MPF/AM.
2 comentários:
São freqüentes os embustes de governos e empresários para ludibriar o Povo. A história recente do Amazonas - e do Brasil... e do mundo - conta com alguns deles. O gás natural e a concessão de serviços públicos a empresas privadas, para ficar nos mais notáveis, são paradigmáticos exemplos do modo espúrio com que se lida com o Povo.
O ardil consiste, basicamente, em prometer o que se sabe, de antemão, não ser possível cumprir. Ardil só possível pela convicção de que realizadas as obras ou vendas, Inês morta estará, pois o descumprimento dos compromissos não será suficiente para inviabilizar o empreendimento, já pronto, acabado e gerando lucros.
A proposta de construção do Porto das Lajes soa, sob vários aspectos, como mais um dos embustes para ludibriar o Povo.
Felizmente, a atuação séria, firme e rigorosa do MPF acena com a possibilidade de tratamento público, transparente e democrático de um tema que excede os interesses econômicos e as preocupações com logística das empresas.
O Encontro das Águas, vivamente defendido pelos moradores da Colônia Antônio Aleixo, é um símbolo de difícil compreensão para cabeças cujo raciocínio se organiza em planilhas de custo-benefício.
A rigor, é contra esse tipo de mentalidade que se está lutando. E a posição do MPF faz ver muita luz no fim do túnel.
Até que enfim, o MPF barrou esta obra. Tô cansado de ver estas "paranóias" que os Políticos invetam pra ganhar "Royalties" pra eles mesmos.
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