sexta-feira, 5 de março de 2010

NO BANZEIRO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS



Os jornais de Manaus bem ou mal noticiaram o Ato do Ministério Público Federal (MPF) que ajuizou Ação Cautelar com pedido de Liminar, na 3ª Vara da justiça Federal do Amazonas, obrigando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a declarar o Tombamento provisório do Encontro das Águas frente às ameaças de construção do Porto da Lajes.

Os arrivistas da Lajes (Log-In) Logística Intermodal empresa controlada pela Vale deram o troco, plantando nos jornais matéria de página inteira informando sobre pesquisa de opinião em favor da construção do monstrengo Porto da Lajes, que eles mesmo patrocinaram, reduzindo a estatística em seu garoto de recado como também satisfazendo sua vontade sanguinária de depredação.

Além dos meios de comunicação tradicional a mídia eletrônica promoveu uma ampla divulgação do Ato do Ministério Público Federal visando à salvaguarda e integridade do nosso Encontro das Águas.

O banzeiro foi grande fazendo balançar o poderio da Log-In no Amazonas, que não se deu por vencido partindo para pressionar a Vara da justiça do Meio Ambiente e Questão Agrária, na busca de acelerar a pactuação por meio do Termo de Ajuste de Conduta Ambiental (TACA), que parece muito mais um Termo de Ajuste Político Ambiental, chamado TAPA, com monitoração do Governador do Estado, Eduardo Braga (PMDB), que assim como corre para inaugurar as obras, corre também para chancelar o projeto na perspectiva da privatização da coisa pública.

Em atenção aos trabalhadores da imprensa hoje pela manhã, o NCPAM representado pelo seu coordenador deslocou-se para a Colônia Antonio Aleixo e junto como os comunitários concederam coletiva a imprensa mostrando sua indignação ante as medidas predadores que ameaçam de morte o nosso patrimônio cultura e natural, que é o Encontro das Águas, onde se abraçam o Rio Negro com o Solimões criando o majestoso Amazonas.

Nessa luta pelo Direito Ambiental na pespectiva dos Direitos Humanos destaca-se o depoimento do ronomado escritor Márcio Souza prestado ao jornal a Crítica (5) a favor do deferimento da Liminar do Tombamento e contrário a construção do Porto da Lajes.

Para ele "o Encontro das Águas tem importancia para a cultura estadual, brasileira e também para a ciência. Ele configura três eras geológicas distintas. É rara a existência desse confronto. Gostaria de cumprimentar o MPF pela atitude tomada. Vamos esperar que a Justiça brasileira tenha percepção para o atentado que pode ocorrer caso o Porto seja construído para atender meia dúzia de empresas do Distrito Industrial que não trazem colaboração para a cultura do Estado e que transformaram em cloaca o Lago do Aleixo. Se esse assunto ficar no plano estadual estamos perdidos".

Fotos: Arquivos do NCPAM.

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