terça-feira, 23 de março de 2010

ZFM: DABATER PARA MELHOR COMPREENDER O PROCESSO

Caríssimos Hermengarda, Osíris e Marcelo (articulistas de a Crtíca e o debatedor do programa na Terra de Ajuricaba):

Desejo ratificar minha abordagem de entender a Zona Franca de Manaus (ZFM) como um projeto e não como um modelo, portanto, como um meio e não como um fim em si mesmo explico: primeiro, porque do ponto de vista do marco regulatório tributário nacional a perenização é uma tese complexa tendo em vista a lógica do desenvolvimento regional que amarra a temporalidade dos incentivos que podem ser negados a quaquer momento [caso não tenham prazo de vigência definido]; segundo porque a tese da perenização em si contribui para a lógica da cobiça/internacionalização da Amazônia [essa é uma hipótese que parte do entendimento de que o projeto ZFM não é uma iniciativa nacional muito menos local mas faz parte da expansão do capital e da manutenção da hegemonia central após a desfazimento do sistema colonial e emergência dos estados nacionais tardios]; terceiro porque a natureza do decreto 288 conspira contra a sociedade do conhecimento na medida em que esta modelado na produção física de artefatos cunhados em combustíveis fósseis [os modos e estruturas de produção do século XXI serão cada vez mais flexíveis e baseados no conhecimento inovativo]; quarto porque considerando o item acima, a Amazônia tem uma oportunidade histórica de conduzir seu próprio desenvolvimento sob a égide da sustentabilidade [investimentos verdes, tecnologia limpa, consumo inteligente e coisas do tipo]até lá contudo precisamos discutir e entender que a marcas globais aterrizam em Manaus como resultado das políticas industriais e tecnológicas de seus países e que nesse sentido precisamos entender e praticar todas as possibilidades de alternativas de políticas industriais e tecnológicas aplicadas às amazonidades, penso que deveríamos atualizar nosso discurso e prática política como atualizado estamos em termos de mudanças climáticas.

Assim, com a brochura Síntese & Reflexões em prol das amazonidades como ideário de desenvolvimento contribuo para o capital social de Manaus com as seguintes explicitações:

1. De uma tese de doutorado que adota a dimensão patrimonial das firmas como fulcro de uma política industrial heterodoxa;

2. De um estudo sobre o desenvolvimento tecnológico da coreia do sul que nos faz entender por exemplo por que a Samsung aterrizou em Manaus;

3. De um texto sobre a conquista da fronteira tecnológica pelos Estados Unidos que se apropriou da transferência de tecnologia alemã com suas próprias firmas;

4. De uma dissertação sobre a inovação a partir da ciência numa discussão entre considerações de uso das pesquisas aplicadas.

As quatro sínteses permeadas de reflexões sobre a posição do Brasil e especialmente do amazonas,exostas no programa Na Terra de Ajuricaba da TVUFAM, por falta de tempo comentamos apenas uma dos vetores que Schumpeter sugere como motor do desenvolvimento, exatamente empreendedorismo, faltando comentários sobre crédito e muito especialmente sobre inovação, considerando o tempo do programa e as conversas paralelas que sempre nos pegam de surpresa.Assim sendo, adotar a possibilidade de desenvolvimento qualificado [portanto além da sina do desenvolvimentismo] com avanço técnico pressupõe amalgamar esses três vetores.

Sempre na luz ajb!!!

Antonio José Lopes Botelho
Professor, Pesquisador do dessenvolvimento local e um dos entrevistados do programa Na Terra de Ajuricaba da TVUFAM NetManaus Canal 7 ou 27.

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