quarta-feira, 10 de março de 2010

PELA PROTEÇÃO DO NOSSO ENCONTRO DAS ÁGUAS


Por incrível que pareça em toda a rica região Amazônica, somente o Parque Nacional do Jaú é Patrimônio da Humanidade com Reconhecimento feito pela UNESCO, título este que também estamos reivindicando para o Encontro das águas, bem onde nasce o Rio Amazonas em terras brasileiras, sob a legenda de Patrimônio Cultural e Paisagístico do Brasil.

Este status é fundamental para o favorecimento da proteção e a recuperação da região do Encontro das Águas - Portal de entrada do Estado do Amazonas - que atualmente é vítima de todo tipo de depredação tais como: resíduos tóxicos doDistrito Industrial da Zona Franca de Manaus, da instalação de imensos portos e estaleiros clandestinos, dos dejetos lançados nas águas pelos navios e balsas, da pesca predatória, da degradação e desmatamento das florestas ciliares por empreendimentos ilegais.

Nós do Movimento S.O. S. Encontro das Águas lutamos pela integridade desse Patrimônio Natural e Histórico mobilizando força para se garantir que o polígono de delimitação do tombamento contemple toda a região desse complexo ecossistema, transformando esse fenômeno em Unidade de Conservação de Uso Sustentável circunscrito a ilha do Marapatá até 12 km a jusante da foz do rio Negro.

Nesse momento os ambientalistas do movimento socioambiental do Amazonas, em particular, devem ficar atentos a proposta a ser presentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para que não provoque a mutilação desse Patrimônio Cultural e Paisagístico que muito significa para a economia do Amazonas enquanto valor estratégico. Por isso, antes de remeter a Brasília o Relatório Circunstanciado do Tombamento, o IPHAN deva promover uma Audiência no Ministério Público Federal para expor coletivamente os limites do processo demarcatório, dando ciência da proposta e consequentemente de sua responsabilidade científica e ambiental.

O tombamento do Encontro das Águas será um fato histórico que faz jus ao mais emblemático símbolo da cultura e da natureza da Amazônia e representa uma nova página no trato com os recursos naturais e uma grande conquista do movimento socioambiental do Amazonas liderado pela comunidade da Colônia Antonio Aleixo em prol da conservação e recuperação da região do Encontro das Águas.

Como já dissemos anteriormente trata-se de um bem inestimável de valor identitário para os Amazonenses, em particular aos Manauara, por isso, deve ser preservado e conservado para a presente e futuras gerações, assegurando não só seu paisagismo incomparável como também toda a biodiversidade que nele encerra.

Um comentário:

Sofia disse...

Acredito que a baixa votação a favor do tombamento do Encontro se deve a relevante fato: o desconhecimento do instituto e ainda o ruído de comunicação que a palavra tombamento deve causar. Afinal, tombamento para quem não está familiarizado parece mais um termo a ver com a destruição do local, que com a que se presta realmente o instituto. Assim instalou-se a confusão quanto ao significado do termo. Que tal propormos a mudança do termo de Tombamento para Proteção?
Prefiro acreditar na tese do desconhecimento que na da indiferença do povo manauara por sua cidade.
Saudações! Sofia