sexta-feira, 20 de novembro de 2009

GANHA VISIBILIDADE NO AMAZONAS A LUTA DO MOVIMENTO NEGRO

É muito importante para luta de afirmação dos Direitos Humanos no Amazonas, que o jornal de maior circulação do Estado, A Crítica, manifeste em seu editorial sua indignação contra a discriminação e o racismo, fazendo ver o quanto ganhou visibilidade a luta do Movimento Negro por essas paragens. Assim sendo, fazemos questão de registrar em nossa página a Opinião do jornal, ampliando muito mais ainda o grito desses povos, que articulado com o Movimento Social ganha força para garantir a efetividade dos seus Direitos Fundamentais, em cumprimento a Constituição Federal. Leia abaixo o documento na Integra:

Há 31 anos, o Movimento Negro Unificado transformou o 20 de novembro em Dia Nacional da Consciência Negra. A data nasce sob o signo da resistência simbolizada em uma figura emblemática na história do País: Zumbi - líder do Quilombo de Palmares. Assassinado nessa data, no ano de 1695, é o símbolo da resistência negra.

Hoje, 350 cidades brasileiras adotaram a data como feriado, de acordo com uma lista divulgadas pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), órgão ligado à Presidência da República. O 20 de novembro ganha, a cada ano, mais adesão e maior significação, proporcionando aos brasileiros de todas as regiões a olharem o passado, propiciando uma melhor compreensão do presente como indicadores de relevância para construir um futuro de igualdade.

O País misturado enfrenta situação de preconceito e discriminação racial realizados em manifestações silenciosas, mas não invisíveis. Prevalece, ainda, uma cultura que nega na sua realização, a existência de outros povos, e os submete a uma condição não humana. Os negros do Brasil são parte desse contingente. Integram a lista dos mais pobres, dos que têm o nível mais baixo de escolaridade, da massa de desempregados, dos que recebem os mais baixos salários, dos que habitam as moradias mais precárias e estão entre os mais hostilizados.

Hoje, um Brasil que luta para mostrar a sua cara e ter respeito estará nas ruas, em protestos, nas danças, nos grandes encontros. Posiciona-se afirmando que não quer ser tolerado, mas aceito e respeitado em sua cultura. Reanima a luta pelo enfrentamento e combate a todas as formas de segregação. Há nesse feriado, um convite ao aprendizado sobre a formação do Brasil e ele se constitui em uma oportunidade histórica para além dos debates reducionistas sobre as cotas.

A maioria dos estudos nessa área concorda que é anormal a situação de sobrevivência dos negros brasileiros. O abismo entre brancos e negros, no Brasil, denuncia uma política governamental que secularmente excluiu negros e indígenas e se caracterizou pela negação da condição pluriétnica desse País. A face Pluricultural brasileira não deve servir apenas como referência para o engodo e sim uma marca tão forte que exige mudar atitudes e a cultura de dominação.

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