(*) Camila Nakaharada(1), Luciney Araújo(2), Henrrique Geal(3), Lilian Ferreira (4)
O Município de Urucurituba no interior do Amazonas passara por momentos delicados, pois a cada ciclo de cheia e vazante, suas terras além de serem inundadas, desmoronavam e eram levadas pela força do rio Amazonas. Tal fenômeno natural acarretou em uma urgente transferência do município para um local de terra firme. Com essa mudança um novo ciclo de vida se inicia. Os impactos sociais trazidos por uma mudança brusca de localidade trás novas expectativas, deixando na memória das pessoas o poder das águas. Esse fato ocorrido durante a década de 1970, no município de Urucurituba, está sendo proposto pela Associação de Moradores da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro da Costa do Catalão (Município de Iranduba, Amazonas).
O fenômeno natural da terra caída está impondo um novo sentido na vida desta comunidade que está situada entre o rio Solimões e o lago do Catalão. Este constante avanço erosivo de um lado e a cheia do lago do outro, vem restringindo a área para moradia, lazer e roçado, que é a principal fonte de renda dos moradores. Ao longo dos últimos anos, cerca de dez famílias foram forçadas a abandonar suas casas ou foram morar em casas de parentes. A comunidade já perdeu a Igreja, sua sede social e o campo de futebol.
Uma série de reuniões vem sendo realizadas pela Associação de Moradores com intuito de se obter junto ao poder público local soluções para este problema de terra. Há consenso que a comunidade quer se mudar. Um possível local para restabelecimento, uma área de 62 hectares de pasto, está sendo proposto pelos moradores à Prefeitura de Iranduba, a qual não vem respondendo aos ofícios encaminhados. Na última reunião, formou-se uma comissão com cinco pessoas para representar a comunidade perante as autoridades. A comunidade busca novos apoios para articular esta luta. Existe a necessidade de uma visita técnica com intuito de identificar as causas do fenômeno, saber por quanto tempo ainda poderão residir nessas terras de risco e com embasamento científico, propor junto ao poder público esta possível mudança.
A construção de uma nova vida, em um novo local, recria um novo contexto social entre os moradores da Comunidade Nossa do Perpétuo Socorro da Costa do Catalão. As histórias, os mitos, as lendas, os causos da antiga comunidade ficarão na memória de seus moradores. Esse fato que hoje ocorre na Comunidade Nossa do Perpétuo Socorro na Costa do Catalão nos remetes as lembranças como a ocorrida no Município de Urucurituba, na qual os moradores se uniram para reconstruir seu novo Município, reconstruir uma nova rede social e até mesmo renovar esperanças em uma nova vida. Se lembrarmos o filme Os Narradores de Javé (2003) mostra como uma comunidade se mobiliza para proteger sua memória mesmo que em uma nova terra.
* (1) Ciências Biológicas - UNESP; (2)Cientista Social UFAM; (3) Ciências Biológicas UFAM; (4) Clima e Meio Ambiente (INPA).
O Município de Urucurituba no interior do Amazonas passara por momentos delicados, pois a cada ciclo de cheia e vazante, suas terras além de serem inundadas, desmoronavam e eram levadas pela força do rio Amazonas. Tal fenômeno natural acarretou em uma urgente transferência do município para um local de terra firme. Com essa mudança um novo ciclo de vida se inicia. Os impactos sociais trazidos por uma mudança brusca de localidade trás novas expectativas, deixando na memória das pessoas o poder das águas. Esse fato ocorrido durante a década de 1970, no município de Urucurituba, está sendo proposto pela Associação de Moradores da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro da Costa do Catalão (Município de Iranduba, Amazonas).
O fenômeno natural da terra caída está impondo um novo sentido na vida desta comunidade que está situada entre o rio Solimões e o lago do Catalão. Este constante avanço erosivo de um lado e a cheia do lago do outro, vem restringindo a área para moradia, lazer e roçado, que é a principal fonte de renda dos moradores. Ao longo dos últimos anos, cerca de dez famílias foram forçadas a abandonar suas casas ou foram morar em casas de parentes. A comunidade já perdeu a Igreja, sua sede social e o campo de futebol.
Uma série de reuniões vem sendo realizadas pela Associação de Moradores com intuito de se obter junto ao poder público local soluções para este problema de terra. Há consenso que a comunidade quer se mudar. Um possível local para restabelecimento, uma área de 62 hectares de pasto, está sendo proposto pelos moradores à Prefeitura de Iranduba, a qual não vem respondendo aos ofícios encaminhados. Na última reunião, formou-se uma comissão com cinco pessoas para representar a comunidade perante as autoridades. A comunidade busca novos apoios para articular esta luta. Existe a necessidade de uma visita técnica com intuito de identificar as causas do fenômeno, saber por quanto tempo ainda poderão residir nessas terras de risco e com embasamento científico, propor junto ao poder público esta possível mudança.
A construção de uma nova vida, em um novo local, recria um novo contexto social entre os moradores da Comunidade Nossa do Perpétuo Socorro da Costa do Catalão. As histórias, os mitos, as lendas, os causos da antiga comunidade ficarão na memória de seus moradores. Esse fato que hoje ocorre na Comunidade Nossa do Perpétuo Socorro na Costa do Catalão nos remetes as lembranças como a ocorrida no Município de Urucurituba, na qual os moradores se uniram para reconstruir seu novo Município, reconstruir uma nova rede social e até mesmo renovar esperanças em uma nova vida. Se lembrarmos o filme Os Narradores de Javé (2003) mostra como uma comunidade se mobiliza para proteger sua memória mesmo que em uma nova terra.
* (1) Ciências Biológicas - UNESP; (2)Cientista Social UFAM; (3) Ciências Biológicas UFAM; (4) Clima e Meio Ambiente (INPA).
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