Em pronunciamento no senador federal, na quarta-feira (11), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o Brasil é vitima não só dos apagões elétricos, "que são visíveis e chegam com a escuridão", mas também de "apagões invisíveis" que ocorrem em diversos setores, como educação e saúde, os quais acabam comprometendo a qualidade de vida da maioria da população.- Não vemos os apagões que estão à luz do dia, só vemos os apagões que aparecem graças à escuridão. O apagão da nossa consciência é do tamanho dos problemas que vivemos - afirmou.
Em seu discurso, Cristovam Buarque disse que a "insensibilidade social" impede o país de ver o "apagão" que ocorre na educação, citando os 14 milhões de brasileiros adultos que não sabem ler, além dos dois terços de estudantes da rede pública que abandonam a escola antes de concluído o ensino médio.
Também ressaltou "o apagão da pessoa que perde a vida na porta do hospital", na maioria das vezes "vítima de uma doença curável com uma simples injeção que não lhe foi dada no momento certo". E ainda o apagão que resulta do "impedimento de atendimento medico por falta de seguro-saúde, contatos, remédios e atenção".
O senador disse que o país também não vê "o apagão de milhares de pessoas que diariamente ficam nas paradas esperando o ônibus que não vem"; "o apagão daquelas pessoas que ficam duas, três horas dentro da condução em vez de estar com a família ou estudando"; e o "apagão dos engarrafamentos monumentais" nas grandes cidades brasileiras
Cristovam Buarque citou ainda "o apagão da falta de patriotismo, de sentimento coletivo e de republicanismo que toma conta do país", que já estaria acostumado "ao apagão da morte no trânsito e ao apagão da violência nas grandes cidades"
- Vamos aproveitar agora o apagão visível para pensar nos outros apagões invisíveis - afirmou.
Em relação ao apagão elétrico que atingiu sete unidades da Federação e o Distrito Federal na noite da terça-feira (10), Cristovam Buarque afirmou que a hipótese de um fenômeno climático ter provocado o blecaute não foi "provada nem demonstrada", lamentando que quase 24 horas depois do episódio "ainda não tenha sido dada uma explicação clara do que houve".
Fonte: Agência Senado
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