Luciney Araújo (*)
O Diário do Pará noticia: "O carimbó nunca morre. Quem canta o carimbó sou eu". Com letras simples a genialidade do músico Augusto Gomes Rodrigues, 93 anos, o Mestre Verequete, nunca será esquecida. A morte do mestre foi confirmada pela médica Alessandra Lima Lealno início da tarde de hoje (3), no Hospital Universitário João Barros Barreto.Contudo, a informação somente foi repassada à imprensa depois que o serviço social do hospital informou, pessoalmente, os familiares do músico, que chegaram ao local por volta das 13h. O último boletim médico divulgado pelo Barros Barreto informava que o quadro de Verequete tinha evoluído de uma pneumonia grave e insuficiência respiratória aguda para uma infecção generalizada. Ele estava necessitando de suporte ventilatório mecânico e uso de drogas vasoativas.
Ele era um homem simples, sempre com seu chapéu na cabeça, um timbre forte de voz, um canto que se destacava nas rodas de carimbó, fez história, virou ícone da cultura paraense. Esse era Augusto Gomes Rodrigues, Mestre Verequete como ficou conhecido era figura freqüente nas rodas de carimbos nas periferias de Belém e um dos responsáveis pela difusão do carimbo nas rádios de Belém, capital do Pará, no norte do Brasil.
Nascido no dia 26 de agosto de 1916, na localidade de Careca, próximo à Vila de Quatipuru, município de Bragança, Augusto Gomes Rodrigues, mudou-se com o pai para Ourém após a morte da mãe. Lá iniciou a carreira artística, no terreiro da negra "Piticó". Em Belém, Verequete se tornou um dos maiores divulgadores do carimbo e em Icoaraci fundou o grupo "O Uirapuru".
O Carimbo cantado, dançado e ensinado por Mestre Verequete cantava e contava a regionalidade paraense era marcada pela forte batida e pela autenticidade de reafirmar as raízes negras presentes nos comportamento paraenses. O Carimbo de Verequete, como ficou conhecido, era assim chamado em homenagem a Toya Verequete, figura bastante conhecida nos terreiros Mina-Nagô, nos subúrbios de Belém.
Com mais de 200 composições, Mestre Verequete era referencia para músicos, e estudiosos, e teve suas obras relançadas no ano de 2005, em um cd com 14 faixas, a historia de Mestre Verequete foi retratada recentemente no Documentário “Chama Verequete”, onde conta a trajetória desse ícone dos carimbos paraenses.
Hoje, Belém amanheceu de luto, a notícia do falecimento de Mestre Verequete trouxe lagrimas ao povo Paraense, seu corpo fora velado no Theatro da Paz, local que por muitas vezes Mestre Verequete cantou e encantou. Mestre Verequete deixa saudade no coração não apenas dos paraenses, mas de todos aqueles que admiravam a obra desse mestre.
Foto: Arquivo/Diário do Pará
* É Pesquisador do NCPAM/UFAM.
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