domingo, 8 de novembro de 2009

O TROLOLÓ DO PORTO DAS LAJES


Os comunitários da Colônia Antonio Aleixo, onde se pretende construir o Terminal portuário da Lajes, já estão cansados de ouvir o trololó, naturalmente, desafinado e chato, repetindo as mesmas notas como se fosse um disco furado, cantarolando o mesmo refrão.

Nessa pisada, os executivos da empresa Lajes Logística S/A, retomam novamente o ataque aos comunitários do Aleixo, tentando manipulá-los para que aceitem a construção do Porto com a promessa de empregabilidade e benefícios diretos aos seus familiares.

Nessa perspectiva, a empresa já organizou na Colônia Antonio Aleixo vários eventos tais como – rua de laser, com apresentação de palhaços e outros artistas de circo; cinema e demais convescotes, inclusive contando com a participação da maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus para visitar a maquete - falo da maquete - da pretensa obra idealizada pela Laje Logística, que representa no Amazonas os interesses da Log-In Logística Intermodal, com sede no Rio de Janeiro.

Dessa vez, valendo-se da mesma tática, a empresa Lajes instrumentaliza uma liderança local, que se diz presidente da Associação dos Moradores da Colônia Antonio Aleixo, para reunir os comunitários numa sexta-feira (13/11) e juntos cumprirem o seguinte ponto de pauta – “desenvolvimento e continuidade do jornal ‘comunidade Antonio Aleixo Informa”.

O convite distribuído aos comunitários vem assinado pelos Senhor Messias Braga da Silva, identificado como Presidente da Associação dos Moradores e pelo Secretário do Conselho de Segurança, João Barreto dos Santos, embora o grupo que eles pertença na comunidade tenha sido derrotado nas urnas recentemente. Mas, mesmo assim, municiado pela empresa Lajes esse grupo insiste em não reconhecer a vitória da chapa 3 - uma nova visão de futuro -, que obteve 1494 votos contra a chapa 2 (385) e a chapa 1 (669) ambas apoiada pela Lajes.

No convite, os lideres atrelados a Lajes fazem questão de afirmar que a reunião contará com a participação dos executivos da empresa, do deputado Belarmino Lins, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado (ALEAM), do departamento de Marketing do SEBRAE Amazonas e de outras empresas, que desempenham suas atividades no Distrito Industrial II às margens do Lago do Aleixo.

Trata-se de uma jogada de marketing dos empresários da Lajes Logística para impressionar alguns desatentos moradores da Colônia Antonio Aleixo e com isso patrocinar as festas de natal e ano novo, mobilizando forças para o próximo ano quando, por força de Lei, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, que representa os interesses do governador Eduardo Braga (PMDB) terá que realizar, formalmente, a segunda Audiência Pública tanto na Colônia Antonio Aleixo, em Manaus, assim como no Município do Careiro, nas confluências do monumental Encontro das Águas.


O que se sabe, é que algumas empresas citadas no convite circular nem sequer sabiam do evento e que o próprio presidente da ALEAM, segundo sua assessoria parlamentar, não tinha nada marcado em sua agenda. O fato é que se as tais “otoridades” comparecerem acompanhadas da imprensa aproveitem a oportunidade e visitem o local para comprovar os danos que a construção do pretenso Terminal Portuário representa ao meio ambiente dos ecossistemas do Encontro das Águas, bem como ao patrimônio histórico, cultural e hidrológico do povo do Amazonas.

O momento é oportuno para conferir tal desgraça porque estamos no período da seca, quando o canal do rio pode ser examinado a olho nu por qualquer observador mais atento sobre as práticas de navegação local, não se deixando levar pela catilinária da Lajes orquestrada pelo governo do estado do Amazonas, bem como pelo Grupo Simões (coca-cola), que se faz representar nesse drama da Lajes pela Juma Participações Sociedade Anônima.

Fotos: Ademir Ramos - (1) Ponta das Lajes, (2) o fenômeno da seca que expõe a degradação em que se encontra o lago do Aleixo.

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