sexta-feira, 13 de novembro de 2009

“NA TERRA DE AJURICABA” E A AGENDA AMBIENTAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS


Khemerson Macedo* e Larissa Nascimento**

Na quarta-feira (11), ao vivo pela TV UFAM, por meio da NET Manaus, canal 07, o programa “Na Terra de Ajuricaba” deu continuidade ao seu debate semanal trazendo à discussão a seguinte temática - “A questão ambiental na agenda dos partidos políticos”- com a presença do presidente do PSOL, sindicalista Elson Melo e o Deputado Estadual pelo PPS, Luís Castro. Mediando o debate o antropólogo e coordenador-geral do NCPAM, professor Ademir Ramos. Em discussão, a visão de cada entrevistado sobre como seus respectivos partidos lidam com a temática ambiental em sua agenda interna de trabalho e, o mais importante: a questão ambiental gera voto?

Logo no primeiro bloco, o mediador Ademir Ramos introduz o tema com a instigante pergunta: A questão ambiental é um tema eventual ou faz parte dos conteúdos programáticos dos partidos hoje? Seguiu-se, neste momento, às argüições dos debatedores. Para o presidente do PSOL, Elson Melo, cada partido defende uma agenda política voltada para seus interesses, embora os partidos sejam representações instituídas para defenderem os direitos do cidadão. Frisou ainda que quanto ao seu partido, o PSOL, a agenda política é bastante clara, no que diz respeito à defesa das teses do ecossocialismo, corrente política disseminada pelo sociólogo Michael Lowÿ. Já para o deputado estadual Luís Castro, o processo de construção política voltado para a temática ambiental e da sustentabilidade está em processo, se levarmos em conta a preferência por outros temas em curso no discurso dos partidos políticos. Além disso, a visão constituída hoje em relação a própria sustentabilidade tem a necessidade de incorporar a questão econômica em seu discurso.

Outro ponto em pauta girou em torno da forma como os partidos, tanto de direita quanto de esquerda lidam com a desigualdade social e, conseqüentemente, como estes blocos lidam com as mudanças globais de grande impacto, principalmente em relação à questão ambiental. Para Luis Castro, a sustentabilidade deve estar articulada a ações comunitárias autogestionáveis, como cooperativas, associações, dentre outros, gerando economia sustentável para estes cidadãos. Em seguida, o mediador Ademir Ramos, com o intuito de se aprofundar mais sobre a questão ambiental, chamou atenção para a participação das organizações não-governamentais no jogo político. Neste sentido, faz-se a necessária reflexão: as ONGs são concorrentes ou complementares aos partidos políticos?

Para Elson Melo, as ONGs estão fundadas em perspectivas localistas, já os partidos políticos trabalham em perspectivas mais amplas, no âmbito regulatório. Para Luis Castro, estas ONGs devem ter transparência em seus quadros, informando, inclusive, de onde que vem o dinheiro usado em suas ações. Neste sentido, o papel das ONGs nas ações ambientalistas é preponderante, inclusive dentro de contextos onde estas auxiliam e complementam o trabalho político-partidário e das organizações comunitárias.

No terceiro bloco do programa, a discussão pautou-se na questão da propaganda implementada pelo Estado no que diz respeito ao discurso do governador Eduardo Braga (PMDB), em relação ao meio ambiente e a sustentabilidade. Para Luis Castro, a prática política neste setor contradiz-se com que é informado pela propaganda do governo, criando um paradoxo importante entre discurso e prática. Castro salientou ainda que o discurso ideológico do governo engana, na medida em que “pinta” um falso painel da temática para os cidadãos. Para Elson Melo, essa contradição reflete os interesses econômicos que estão por trás do discurso governamental.

Para finalizar, o mediador Ademir Ramos lançou a seguinte pergunta: Meio ambiente dá voto? Para ambos os debatedores, cada vez mais a grande imprensa vem dando mais destaque à matéria, mostrando que o meio ambiente é uma grande bandeira para a construção política dos partidos e que pode, sim, converter-se em votos.

O programa “Na Terra de Ajuricaba” é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização por intermédio do Núcleo de Cultura Política do Amazonas (NCPAM/ UFAM). Na próxima quarta, dia 18/11/09, o programa dará continuidade aos debates sobre o tema: “Praça 14 de Janeiro: memória, patrimônio e sociedade” com a presença da laureada cineasta Cristiane Garcia e da liderança comunitária Jamily Borba, discutindo a produção sobre o documentário “Praça 14 de janeiro: Terra, Samba e Santo” e sua utilização como instrumento de direito pelos comunitários.

*Coordenador de Pesquisa do NCPAM/ UFAM.

**Graduanda de Ciências Sociais e Pesquisadora do NCPAM/ UFAM.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caros Colegas,
Por favor ajudem os moradores da colonia antonio aleixo. É um absurdo o que a obra da SEINF tá fazendo com nossa gente. Poucos meses após a estrada que vem ao bairro ser dignamente asfaltada em razão obvia da visita do lula, ela está sendo totalmente destruída num gritante retrato de desperdicio de dinheiro publico. Aparentemente, trata-se de obra para o porto das lajes (nao ha identificacao, soh a logo do governo e da seinf. Diariamente é um inferno o que passamos. Foi tudo destruído. Asfalto com mais de um palmo, passado duas vezes. A ilusao durou pouco. Os meio fios e calçadas que haviam sido feitos está tudo quebrado. Alguns trechos há apenas uma via onde os carros fazem longa fila pra passar. Chegamos a ficar quase vinte minutos aguardando passagem. Estamos quase ficando ilhados, já que é a unica saida terrestre que temos. Imprensa até agora nada. Ministério Público Já!!!