domingo, 29 de novembro de 2009

NO CAMPO DE TRABALHO

Alegria das crianças no encerramento do ano letivo na quadra da Escola Municipal Nossa Senhora das Graças, na Comunidade 11 de maio, Colônia Antonio Aleixo, na zona leste de Manaus. Com pé no chão, as crianças manifestam-se culturalmente apresentando coreografias, que muito dizem de sua história e da nossa cultura amazônica. Ora imitam os animais ou brincam de "faz de conta", apostando que o presente possa assegurar um amanhã de realizações. Lá estivemos a convite, na quinta-feira (26), compartilhando dessa alegria contagiante que nos transforma ainda mais, em instrumento de direito desse pequenos pés descalças que dançam alegremente, embalando sonhos e esperanças.

A quadra da Escola estava completamente ocupada pelas crianças e adolescentes que celebravam o final de suas atividades de ensino e aprendizagem, contando com a participação dos professores (as), assistentes, orientadoras pedagógicas e outros trabalhadores da educação. Na oportunidade, os representantes do NCPAM e do Movimento S.O.S Encontro das Águas, que lutam contra a pretensa construção de um Terminal Portuário nas imediações do cartão postal de Manaus, o nosso Encontro das Águas, fizeram uma saudação aos professores e alunos falando da riqueza da comunidade e do patrimônio que temos o dever de proteger para que continuemos em paz com a natureza e a sociedade, merecendo aplausos e gritos da galera infanto-juvenil.

No curso das ações do Trabalho de Campo registra-se também à margem da estrada para Colônia Antonio Aleixo, nas imediações do Encontro das Águas (rio negro com o solimões), a entrada da Fazendinha IPê, objeto de desejo da Log In Logística Intermodal associado com a Laje Logística, que insestem construir o tal Terminal Portuário da Laje, ameaçando de morte o nosso Encontro das Águas, que é o patrimônio cultural do Amazonas, já em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico, Nacional (IPHAN). O nome "Fazendinha Ipê" pouco ou nada diz de algum investimento de valor da empresa Juma Participações do grupo da coca-cola, no local, apenas especulação imobiliária visando leiloar as terras para fins de exploração econômica, caracterizando muito bem a origem da riqueza dos oportunidade do mercado de terra de Manaus. A "fazendinha" entra na jogada do Terminal Portuário da Laje como contrapartida do grupo Juma, estimada em 30%. Esta é a razão porque eles insistem tanto em construir o Porto nessas imediações, contando com o silêncio obsequioso do governo do estado, Eduardo Braga (PMDB). A fazendinha é para os oportuinistas uma grande negociada, se consumada vai gerar males irreparáveis ao ecossistema do Encontro das Águas, bem como a qualidade de vida dos comunitários do Lago do Aleixo.

No meio do caminho, na Colônia Antonio Aleixo, zona leste de Manaus, os representantes do NCPAM e do Movimento S.O.S Encontro das Águas foram vericar se no local de descarte do lixo dos igarapés de Manaus, resultante do projeto PROSAMIM, havia alguma ordem ou placa de licenciamento, permitindo que os dejetos fossem jogados na fonte dos igarepés que drenam o Lago do Aleixo, como disse o coordenador da Unidade de Gerenciamento do PROSAMIM, Heliobalbi Martins, a jornalista Ealíze Farias, quando denunciou o descarte em área ambiental no Tarumã, na zona oeste de Manaus. Para o coordenador o "descarte de terrapelenagem (o lixo) deve ser feito em uma área própria, localizada na Colônia Antonio Aleixo". No entanto, nada no local ordena tal propósito, só pode ser "discriminação ambiental mesmo, porque esses burocratas pensam que a Colônia é a lixeira de Manaus... tudo que não presta tentam empurrar pra cá", afirma a líder comunitária Marina Lima.


E pra não dizer que não falamos das flores vejam e admirem a beleza do Átrio Interno da Escola Nossa das Graças, no 11 de maio, na Colônia Antonio Aleixo. Uma construção do espaço que permite circular tanto no entorno como no centro dos seus jardins, humanizando muito mais as relações. O seu uso agregaria mais valor afetivo se a Escola - professores, alunos e familiares - pudessem trabalhar na arborização como um todo, criando novos espaços para a comunidade escolar aproveitar-se das belezas vistas do Encontro das Águas e do Lago do Aleixo. Certamente, aumentaria o sentimento de pertencimento dos alunos e professores da Escola, contribuindo para qualidade do ensino e aprendizagem que todos nós almejamos.

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